Seguradora negocia com clubes brasileiros

Daniel Alves se machucou em partida do PSG | Foto: AFP, FRANCK FIFE

Corretora de seguros e resseguros JLT está com proposta em andamento para quatro clubes da elite do futebol brasileiro.

O lateral-direito Daniel Alves, uma das principais lideranças da seleção brasileira, foi cortado da convocação para a Copa do Mundo da Rússia por causa de uma grave lesão. Submetido no mês passado a uma cirurgia no ligamento cruzado do joelho direito, ele ainda não tem prazo para voltar aos gramados.

O prejuízo é do PSG, que vai bancar os salários de um atleta em recuperação. Mas isso pode ser evitado com um seguro específico para o mundo do futebol. A JLT, corretora de seguros e resseguros, administra apólices para cerca de 15 clubes europeus das principais ligas do mundo.

Agora, a empresa está em negociações com quatro equipes de ponta do futebol brasileiro. Uma cláusula de confidencialidade impede a seguradora de revelar quais são esses times.

Esse tipo específico de apólice já opera na Europa há mais de 30 anos, quando o argentino Diego Armando Maradona e os holandeses Ruud Gullit e Marco van Basten brilhavam na Itália, a elite do futebol europeu da época. Apesar disso, ainda não existem apólices específicas voltadas para os clubes brasileiros. A única iniciativa do tipo é mantida pela CBF há apenas dois anos.

O contrato, administrado pela subsidiária brasileira da Prudential, garante cobertura por morte, invalidez por acidente ou funcional por doença aos 12 mil atletas profissionais com contratos ativos na entidade.

A proposta da JLT é bem diferente. O principal atrativo é a possibilidade de bancar salários de atletas que se recuperam de lesão, minimizando os prejuízos dos clubes, que hoje bancam salários astronômicos na elite do futebol brasileiro.

COMO O SEGURO É CALCULADO

Vamos pegar o caso do meia Diego, um dos jogadores mais bem remunerados no elenco do Flamengo e do país. O salário dele (cerca de R$ 700 mil por mês) é usado como base para estipular o valor da apólice. O cálculo é bem específico. Leva em consideração o histórico de lesão do atleta, a idade e a posição onde ele atua. Com isso, pode variar de 0,5% a 1,5% em relação ao salário.

No caso de Diego, poderia variar de R$ 3,5 mil a R$ 10,5 mil por mês. Com uma folha salarial de R$ 108 milhões por ano só com atletas, o Flamengo pagaria de R$ 540 mil a R$ 1,6 milhão para bancar esse tipo de seguro.

Um caso emblemático aconteceu com Cruzeiro, que contratou o centroavante Fred por R$ 750 mil mensais. Em março, ele rompeu o ligamento do joelho direito. Até janeiro de 2019, ele receberá R$ 7,5 milhões sem entrar em campo.

“Na Europa, os clubes entendem que a apólice minimiza o prejuízo. O setor de seguros ainda engatinha no futebol brasileiro”, explica Marcelo Blanquier, diretor de riscos para Esportes e Entretenimento JLT Brasil.

Fonte: Seguro Notícias I Por Herculano Barreto Filho | O Dia.ig