Uma análise do momento atual nas visões dos executivos do Grupo BB Mapfre e da Mapfre

Em entrevista exclusiva à Revista Cobertura Mercado de Seguros, os executivos Bosco Francoy, diretor geral da Mapfre Global Risks e Luis Gutiérrez, presidente do Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre nas áreas de Auto, Seguros Gerais e Affinities (foto), falaram sobre o momento atual do país, as oportunidades e especificamente com relação à carteira de grandes riscos.

Durante a Jornada Internacional Global Risks, evento bienal promovido pela Mapfre Global Risks e pelo Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre, que aconteceu no dia 12 de junho, em São Paulo, Gutiérrez afirmou que o momento não é de preocupação, pois mesmo em períodos de crise, o setor de seguros cresceu bem mais que o PIB.

“Está havendo uma retomada da economia e há muitas oportunidades para desenvolvermos esse mercado no país. A Fundación Mapfre tem um estudo que mostra a diferença do que há segurado e do que deveria haver para que todos os brasileiros vivessem tranquilos. Com base no estudo, o potencial é de crescer quase três vezes mais”, ilustrou.

E ele enxerga o Brasil com muito otimismo. “Há um mundo de oportunidades para o mercado de seguros. O Brasil é um país continental e ocupará a posição mundial que merece nos próximos anos, puxando o crescimento da economia mundial”.

Novos entrantes

Questionado sobre como trazer para o mercado de seguros novos entrantes, em tempos de alta taxa de desemprego e comprometimento da renda, o executivo foi enfático. “É preciso ter novas soluções, novos produtos, novos sistemas de pagamentos, novos sistemas de distribuição, novas disponibilidades de acesso aos clientes e serviços assistenciais distintos. É preciso pensar fora da caixa”.

E novos canais que não descartam o corretor. “A distribuição de seguros sempre terá o corretor, mas os sistemas de contatos deles têm que ser mais diversificados, as vias para chegar até o cliente. Hoje o corretor cara a cara aporta um valor impressionante e pela internet ou pelo telefone também, mas é preciso voltar-se também para novos canais”.

No bolso

Ainda no tema economia, com a queda da taxa Selic por 12 vezes consecutivas, atualmente em 6,5% ao ano, o que para muitas companhias reduziu drasticamente os resultados, para Gutierréz isso não afetou o Grupo. “A companhia está ótima e ainda temos muitas possibilidades de melhorar em eficiência e eficácia, nos serviços e em revisar os nossos processos”.

Ele analisa que a taxa Selic é importante, pois as companhias têm reservas, precisam fazer investimentos e ganhar nos juros, mas que o ganho delas tem que ser no negócio. “Reduzindo a sinistralidade, crescendo em número de apólices, melhorando os serviços, reduzindo o custo operacional e sendo mais eficientes e eficazes. Se eu consigo tudo isso e a taxa Selic me ajuda, ótimo, caso contrário, eu tenho que fazer o lucro com os meus negócios”.

Grandes riscos

Sobre o atual momento para o mercado de grandes riscos, Bosco Francoy, COO da Mapfre Global Risks, comentou que apesar dele estar atrelado à questão do investimento e da situação do país, é uma atividade que faz parte da atividade econômica. “O grande risco sofre também, mas não pode prescindir da cobertura do seguro”.

O que está havendo é uma seleção maior de risco. “Nós estamos acompanhando claramente a compra mais seletiva. Mas sempre há e haverá mais oportunidades de novos negócios. Sempre fomos confiantes, a Mapfre é líder no segmento de grandes riscos não somente no Brasil, mas também na América Latina e na Espanha”.

E por ser um ano eleitoral e de Copa do Mundo, o que pode desacelerar o desempenho de algumas carteiras, Francoy finaliza dizendo que isso também acontece em outros países. “Porém, no Brasil isso é mais nervoso, por aqui querem uma resposta no curto prazo, e no longo prazo enxergamos um futuro muito melhor”.

FONTE: Revista Cobertura