Seguro de garantia desacelera, e prêmios caem 15%

A Folha de S.Paulo registra que os pagamentos por seguros garantia, que cobrem o cliente contra eventuais não cumprimentos de contratos, diminuíram 15,2% nos dois primeiros meses deste ano, segundo a Susep.

O resultado ocorre após o segmento ter fechado 2017 com alta superior a 32% nos prêmios desses produtos, influenciado pelo aumento dos seguros de garantias judiciais. Essa modalidade sustentou o crescimento desses produtos em meio à recessão, como contraponto às contratações para projetos de infraestrutura, que minguaram na crise.

A Swiss Re teve cerca de 80% dos seus prêmios de garantia —de R$ 200 milhões— vindos da cobertura judicial em 2017. “A retração de limites de crédito para as empresas influenciou a alta nos preços dos seguros em 2017. Agora a situação está melhor para companhias, e há mais concorrência entre seguradoras”, diz o diretor João Di Girolamo.

A redução não significa que o mercado esteja em retração, segundo ele. “É um segmento não linear, há meses em que temos negócios maiores. Foi assim no primeiro bimestre do ano passado. Estimamos estabilidade para 2018, com o aumento de contratos de infraestrutura e diversificação da carteira”.

“Apesar da queda no mercado, crescemos 35% no período. Neste ano, projetamos que as garantias tradicionais, de grandes obras, retomem a importância que tinham”, diz o diretor-executivo da Pottencial, Carlos Ferreira. A empresa, que tem pouco mais da carteira de garantia em produtos judiciais, estima alta de 26% para esses seguros neste ano.

Previdência 2.0

Em artigo para O Globo, o ex-presidente do BC Gustavo Franco diz que o debate sobre a Previdência esteve muito focado no INSS, o instituto através do qual trabalhadores empregados recolhem uma contribuição que é utilizada para os pagamentos aos inativos. É um sistema, digamos assim, ‘da mão para a boca’ ou mais precisamente de uma mão (jovem) para outra boca (inativa), e que pode ficar seriamente desequilibrado com mudanças demográficas.

“Pouco se falou, no entanto, sobre previdência complementar em regime de capitalização, aquela onde o indivíduo se aposenta com o que poupou, incluído o rendimento adequado do seu dinheiro. Na verdade, se a ‘reforma da Previdência’ serve para assegurar uma velhice confortável ao cidadão contribuinte, deveria cuidar de mudanças coordenadas nesses dois pilares do sistema, e em especial do segundo”, avalia.

“A primeira vantagem de se trazer a previdência por capitalização para o debate é a de oferecer um conceito intuitivo de aposentadoria justa: aquela que resulta diretamente do esforço de poupança do contribuinte somado à poupança feita a seu favor pelo seu empregador nos termos combinados em seu contrato de trabalho”, continua.

“Se o cidadão, ao se aposentar, ganha mais do que isso, será em razão da generosidade da sociedade em assim presenteá-lo e necessariamente às custas de terceiros que nada têm com o assunto. Analogamente, se receber menos, será porque o governo lhe surrupiou um pedaço em benefício de algum escolhido das autoridades”, explica.

E pergunta: “Como seria possível criar uma previdência por capitalização em larga escala no Brasil? Resposta: através de poupanças previamente acumuladas pelas pessoas, nem sempre voluntariamente, e que têm sido utilizadas para outros fins. Estamos falando do FGTS, um fundo que tem 86,4 milhões de quotistas, mas cuja utilização passa bem longe dos melhores interesses dos donos do dinheiro”.

A saúde do SUS

Falando sobre o SUS, editorial da Folha de S.Paulo comenta que ganhos valiosos podem ser obtidos com gestão mais eficiente. A contratação de serviços de organizações sociais, por exemplo, mostra-se uma experiência a ser estendida e aperfeiçoada.

“Há que fortalecer a atenção primária nos postos, minimizando a busca pelos especialistas —que gera custos e exames desnecessários. Municípios devem se articular para a montagem de hospitais e policlínicas de maior porte, capazes de atender a região com mais qualidade e recursos tecnológicos. Por fim, pode-se repensar a amplitude dos recursos oferecidos pelo SUS. Em diversos países, a rede pública oferece o essencial; o restante fica a cargo do setor privado”, continua.

“Tais providências decerto não são simples; mais um motivo para estudá-las já. Não se pode correr o risco de tornar insustentável um sistema que, com suas carências, precisará servir a uma sociedade em processo de envelhecimento”, finaliza.

Após nove meses de alta, intenção de consumo cai 2,3% em abril

A coluna Mercado Aberto, da Folha de S.Paulo, informa que a intenção de consumo das famílias caiu 2,3% em abril, segundo a FecomercioSP (federação do comércio). O índice registrou 92,9 pontos em uma escala de 0 a 200. Valores inferiores a 100 mostram insatisfação dos entrevistados em relação às condições para compras. É a primeira queda desde junho do ano passado. Na comparação anual, porém, ainda há crescimento, de 18,6%.

“Parte da queda é explicada pela sazonalidade. Medimos, por exemplo, se os entrevistados consideram ser um bom momento para comprar bens duráveis. Esse subindicador caiu 11%”, diz Guilherme Dietze, economista da entidade. “A base econômica que garantiu a alta permanece, mas a instabilidade política e a lentidão econômica influenciam negativamente a opinião dos consumidores”, diz ele.

A federação estima que o indicador se estabilize nos próximos meses, com possibilidade de oscilação negativa a depender da reação da economia e da evolução do quadro eleitoral.

FONTE: SindSeg SP