A seguradora do futuro

Será uma seguradora cada vez mais sustentada em recursos tecnológicos que irão assumir as funções dos recursos físicos.

A seguradora do futuro investirá muito mais na prevenção do que na proteção pós-sinistro. Os seguros atuais de massas vão ser substituídos por outros adequados às necessidades e comportamentos específicos de cada pessoa, ajudados pelo manancial de informação existente e à disposição das seguradoras.

A seguradora do futuro terá a capacidade de mensurar riscos, gerar cotações e emitir apólices “tailor made” num espaço de poucos minutos. Conhecerá muito melhor o seu cliente, fará uso dos IoT para recolher mais dados de forma consentida, estará ao seu lado e não no fim da linha.

Investirá na proximidade, mais em serviços do que em pagamentos. Provavelmente, o cliente nem saberá que tem seguro, porque este será uma proteção embebida na sua vida diária, nos equipamentos que usa e que é acionada sem que ele se aperceba. A seguradora do futuro será não apenas a fornecedora de um seguro, será uma consultora dos seus clientes em parceria com a sua rede de agentes e mediadores.

Há um grande potencial na utilização da tecnologia blockchain para os seguros, desde a desmaterialização e automatização das transações até ao potencial facilitador de requisitos legais, como por exemplo, o RGPD.

Nuno Ferreira

Head of research da i2S

A seguradora do futuro irá não só personalizar o que oferece, mas também onde e quando o faz. Será uma seguradora capaz de servir os seus clientes onde eles estejam presentes e às horas que pretenderem, com a maior rapidez e comodidade. Será, por isso, uma empresa obviamente digital e com uma experiência omnicanal.

Haverá também novos riscos para segurar como as ciber-ameaças, as perdas de identidades digitais, os problemas com os sistemas autônomos.

A seguradora do futuro irá readaptar-se, fazer parcerias e repensar a sua oferta, tendo em conta as tendências atuais de economia partilhada, como a Uber, Airbnb ou serviços de carsharing, e as tendências futuras como os carros autônomos, o que implica repensar o conceito de ownership da responsabilidade.

As relações entre os consumidores e as seguradoras estarão sustentadas, essencialmente, em smartphones e wearables, que têm utilidade na perspectiva do consumidor, mas também na monitorização dos riscos pelas seguradoras.

Com base nos depoimentos de Nuno Ferreira (i2S), Nuno Luis Sapateiro (PLMJ), Luís Cardoso e Bernardo Branco (Liberty Seguros) e Juan Mederos (Generali).

Fonte: Jornal de Negócios – Portugal