Abertura do 7º Encontro de Resseguro do Rio reúne mais de 700 participantes

O 7º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro, que teve início no dia 10, na Barra da Tijuca, contou, com mais de 700 participantes, entre profissionais do seguro e resseguro, acadêmicos, jornalistas e autoridades.

Na mesa de abertura, o presidente da Federação Nacional das Empresas de Resseguros (Fenaber), Paulo Pereira, anfitrião do evento, que tem a CNseg como apoiadora, parabenizou a Susep pela iniciativa de criar a Comissão Especial para o desenvolvimento do mercado de resseguro, com o objetivo de melhorar as regras dessa atividade e que, em curto espaço de tempo, acabou com a reserva de mercado e flexibilizou a retenção obrigatória de 50% para as seguradoras, permanecendo apenas com a preferência.

Resseguradoras admitidos, que aguarda decisão da Receita Federal, sendo um tema muito importante para o mercado, pois, dependendo do desfecho, as operações dos resseguradores admitidos, que respondem hoje por 45% da capacidade ofertada ao mercado, poderão ser inviabilizadas.

O presidente da Fenaber também defendeu alterações na Lei de Seguros – que já foi aprovada na Câmara e seguiu para o Senado – entendendo que ela é impertinente no tratamento dos grandes riscos e para os grandes segurados. Por fim, Paulo Pereira informou que encaminhou ofício à Susep solicitando que operadoras de planos de saúde e de fundos de pensão possam adquirir resseguro.

Corretores de resseguro têm expectativa positiva em relação à economia para os próximos seis meses

Também presente na mesa, o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Corretagem de Resseguros (Abecor), Roberto Azevedo, lembrou que a entidade lançou nesta terça-feira (9) um trabalho de rating de corretores de resseguro que, em pesquisa com esses profissionais, avaliou que a expectativa é que haja uma sensível melhora na economia brasileira nos próximos seis meses.

Importância do resseguro precisa ser compreendido por todos

O presidente da Escola Nacional de Seguros, Robert Bittar, destacou que a relevância do setor de resseguros, sustentáculo do setor de seguros, precisa ser compreendida por todo o mercado e por toda a sociedade, e que a Escola trabalha para isso. “O Brasil tem se destacado nesse setor, exportando resseguro, o que é muito importante para a economia como um todo”, concluiu.

O setor segurador preparado para o próximo ciclo de desenvolvimento brasileiro

Destacando a capacidade do setor segurador de resistir aos ciclos de baixa economia e de se aproveitar exponencialmente dos momentos de recuperação, o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, em sua fala na abertura, afirmou que, entre 2008 e 2010, no auge da crise internacional, enquanto o PIB brasileiro cresceu 4,1% ao ano, a produção de seguros cresceu 8,9% ao ano em termos reais.

Avanço que se manteve entre 2010 e 2014, quando houve “inegável penetração do seguro nos produtos e regiões menos desenvolvidas”, e mesmo entre 2015 e 2017, quando o Brasil enfrentou sua mais profunda recessão, mas o setor avançou 2,4% ao ano, apesar da queda da atividade econômica brasileira em 2%. E tal resiliência do seguro, segundo o presidente da CNseg, deve-se, entre outros fatores, à maturidade alcançada pela sociedade, que viu no seguro um fundamental elemento de proteção contratempos difíceis.

Entretanto, afirmou Coriolano, o setor só conseguirá ultrapassar o atual patamar de 6% do PIB em novo período de desenvolvimento dos fundamentos econômicos no Brasil. E quando isso acontecer, disse, encontrará o setor preparado, com seus R$ 1,2 trilhão de ativos, que o colocam como um dos mais poderosos investidores institucionais do País.

Por fim, Marcio Coriolano aproveitou para manifestar a posição da Confederação em relação à possibilidade de contratação direta de resseguro por operadoras de planos de saúde e fundos de pensão, tema que já havia sido levantado pelo presidente da Fenaber. Afirmando respeitar democraticamente todas as posições e estar disposto ao debate, Coriolano destacou que, visando preservar a rigidez dessas modalidades, entende que os riscos envolvidos nessas operações devem ser assumidos pelas seguradoras, e não pelas resseguradoras.

A importância da saúde suplementar para a saúde e produtividade da força de trabalho brasileira

Lembrando que somente as receitas com pagamentos de mensalidades dos planos de saúde suplementar atingiram a marca de R$ 179,4 bilhões, com uma sinistralidade de 84%, o presidente adjunto da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Leandro Fonseca, afirmou que, além de sua enorme importância econômica, esse setor também tem papel fundamental para manter saudável e produtiva a força de trabalho brasileira, visto que a maioria dos planos de saúde comercializados é empresarial.

Leandro também abordou a escalada dos custos na saúde suplementar, pressionados pelo envelhecimento da população e pela incorporação de novas tecnologias, que demandam a discussão de um novo modelo de financiamento da assistência à saúde.

Os debates da Susep com foco na aceitação de riscos no exterior pelas resseguradoras locais

Joaquim Mendanha, superintendente da Susep, destacou que a Comissão Especial de Trabalho sobre Resseguro, criada no fim de 2017, com a participação do setor, gerou importantes decisões, sendo a principal, a Resolução CNSP 353, em vigor desde janeiro deste ano e que “consagrou a efetiva abertura desse mercado”.

Em 2018, afirmou, haverá ainda importantes decisões regulatórias para o mercado supervisionado pelo órgão, sendo que um dos temas principais em debates é o da aceitação de riscos no exterior pelas resseguradoras locais.

FONTE: CNseg