Negócio da Nossa Seguros está acima de 60 por cento

O seguro de mercadorias é um dos novos produtos que aguarda por legislação específica.

A seguradora Nossa Seguros concretizou no ano passado negócios na ordem dos 10 mil milhões de kwanzas, que representam um crescimento de 63 por cento em relação ao ano de 2016, informou ontem, em Luanda, o presidente da Comissão Executiva, Carlos Duarte.

O responsável da Nossa Seguros, que falava em conferência de imprensa, durante a apresentação do desempenho da empresa em 2017, disse que o crescimento da seguradora contrasta com o verificado no sector segurador nacional, que no exercício em análise apenas atingiu 8,00 por cento.

Carlos Duarte disse que a companhia viu crescer a maioria dos seus ramos de negócio, com destaque para o da saúde, que teve um crescimento em 155 por cento em relação ao ano de 2016, contribuindo com 41 por cento no crescimento das receitas.

O resultado líquido alargou 17 por cento, para 963 milhões de kwanzas e a taxa de cobertura da margem de solvência situou-se no ano passado em 184 por cento. Carlos Duarte referiu que o valor da margem de solvência está acima da média do sector no país, sendo fruto dos níveis de rentabilidade da empresa.

Saliente-se que a margem de solvência é a capacidade que a operadora de saúde ou seguradora tem para honrar todos os compromissos.

Carlos Duarte manifestou-se preocupado com as seguradoras que funcionam com baixo valor da taxa de cobertura da margem de solvência.

Apesar do tempo de crise, alertou Carlos Duarte, as operadoras precisam de comprovar que conseguem manter o atendimento a todos os seus beneficiários, cumprindo todas as condições assumidas no momento do contrato.

Em dezembro de 2017, o total de ativos cifrava-se em 17 mil milhões de kwanzas. Os investimentos financeiros registaram um crescimento de 15 por cento para 8.766 milhões de kwanzas, sendo a carteira da companhia constituída em 59 por cento por títulos de dívida pública. O crescimento da receita foi acompanhado por uma gestão eficiente de custos, muito condicionada pela inflação, tendo obtido como resultado a diminuição acentuada do rácio da empresa, que se cifrou em 32 por cento.

Por seu lado, a rentabilidade da empresa manteve-se em linha com o ano anterior, com um retorno sobre o património líquido (ROE – Return Over Equity) de 29 por cento e um crescimento dos resultados líquidos na ordem dos 17 por cento. A margem de solvência da empresa (que ascende a 187 por cento) mantém-se “em níveis de conforto significativos face ao mercado, o que nos permite encarar o futuro com optimismo e honrar a confiança que o mercado em nós deposita”, afirmou o presidente da Nossa Seguros.

O seguro de mercadoria é um dos novos produtos que a Nossa Seguros aguarda que seja legislada e aprovada, para posterior aplicação no mercado nacional. Até ao momento, explicou, o valor de pagamento deste produto é incluído na fatura de aquisição da mercadoria a partir do exterior e quando for implementado no país, será pago em Angola e vai arrecadar mais receitas para o país.

Referindo-se às perspectivas da empresa para este ano, Carlos Duarte, disse que a Nossa Seguros pretende continuar a apostar numa cultura em que o cliente seja o centro das atenções, na melhoria contínua da oferta de produtos, na expansão da cobertura geográfica e dos canais de distribuição, tendo em consideração as principais orientações definidas no plano estratégico de 2020.

Prevê-se que neste ano o país continue a apresentar uma modesta taxa de crescimento da economia, o mercado cambial continuará a apresentar desequilíbrios e espera-se a manutenção de uma taxa de inflação elevada, o sector segurador assistirá novamente a um grande desafio, tal como se tem vindo a verificar nos últimos anos, o qual será acompanhado por um ambiente de elevada competitividade. Por último, a aposta nas competências técnicas e comerciais dos quadros e a melhoria dos processos de suporte ao negócio continuarão a ser uma preocupação em 2018.

Os números de 2017 – A Nossa Seguros possui ativos líquidos de 17.183 milhões de kwanzas, os resultados antes de impostos fixou-se em 1.023 milhões e o resultado líquido em 963 milhões. O retorno de capitais próprios está em 29 por cento, o rácio de sinistralidade em 37 por cento e o combinado em 72 por cento. A cobertura das provisões técnicas está em 177 por cento e a margem de solvência em 184 por cento.

Em termos de prémios, a seguradora teve um crescimento de 63 por cento no volume de prémios brutos emitidos com especial destaque para os ramos de doenças, acidentes de trabalho e outros danos. O ramo “Vida” apresenta um valor negativo, devido a uma forte anulação de corrente da revisão da carteira efetuada pela Companhia.

Fonte: Jornal de Angola