Incêndio em Salvador danifica lanchas de até R$1mi

Na última semana, 22/03, ocorreu um incêndio de grandes proporções no estaleiro Marina Bonfim, na Cidade Baixa em Salvador. No total, 30 embarcações foram queimadas, sendo 27 com perda total, algumas avaliadas em torno de R$ 400 mil, R$ 800 mil e R$1 milhão. A Codesal (Defesa Civil de Salvador) informou que o espaço terá que ser reconstruído.

Em casos como esse, é comum o estaleiro possuir seguro patrimonial para cobrir as suas instalações e seguro de responsabilidade civil operações, restando saber se as embarcações sob guarda, em construção e/ou para reparo, estariam ou não incluídas, como conta o consultor de gerenciamento de riscos e seguros, Prof. Sergio Ricardo de Magalhães.

Entretanto, há um seguro específico para construtor e reparador naval (builder risk) que daria cobertura a cada uma das embarcações em construção e reparo, que os estaleiros devem contratar ao assinarem contratos de prestação de serviço com os seus clientes.

Segundo o consultor, há alguns aspectos importantes a destacar neste incêndio: O primeiro deles é a proximidade entre uma instalação industrial, dedicada à construção e reparo naval com as residências, o que, infelizmente, sempre acontece no Brasil pela leniência das autoridades com o zoneamento industrial.

O incêndio poderia ter se alastrado para as residências, o que explica a ação das próprias pessoas (passando baldes de mão em mão) para o combate às chamas, mas vale lembrar que a fumaça tóxica inalada também causa danos à saúde.

Um outro aspecto, o professor ressalta, é que de acordo com as imagens não havia sistemas fixos de combate a incêndio, como por exemplo, hidrantes e canhões monitores (ou não foram ativados), brigada de incêndio, etc. Em uma instalação à beira do mar, não há, em tese, problemas de suprimento de água, mas não sabemos se havia sistemas de bombeamento e o porquê de não ter sido usado.

Conforme o site G1, um dos funcionários do estaleiro, informou que apenas 13 do total de embarcações hospedadas na Marina possuíam seguro próprio; o espaço dispõe de seguro apenas para danos no imóvel.

Um dos imóveis próximos ao local de incêndio teve a casa invadida pelo fogo. A laje da residência cedeu, paredes ficaram queimadas e azulejos, rachados. Segundo o morador, em entrevista para o G1, a administração da Marina irá arcar com os custos, após divulgação do resultado do laudo pericial do Departamento de Polícia Técnica (DPT), exigência feita pela seguradora do imóvel.

FONTE: CQCS | Railana Medeiros