Brasil só cresce mais se aumentar produtividade

Estudo do Banco Mundial diz que melhoria da eficiência pode fazer PIB crescer 4,4% ao ano.

Estudo do Banco Mundial divulgado nesta quarta-feira afirma que o Brasil deve melhorar às pressas sua produtividade para ter uma taxa de crescimento da economia mais vistosa. Sem isso, a taxa do País ficará limitada a 1,8% ao ano.

Já com aumento da produtividade, o PIB brasileiro pode alcançar a faixa de 4,4% ao ano. A produtividade do trabalho no País avança 0,7% ao ano desde meados da década de 90. Entretanto, o crescimento da produtividade total dos fatores (PTF) está em declínio. A produtividade avalia a eficiência de transformação de insumos na produção de bens e serviços de empresas, indústrias, setores ou País.

Para o Banco Mundial, um trabalhador médio no Brasil tornou-se 17% mais produtivo hoje do que há 20 anos. Entre trabalhadores médios de países de alta renda, o aumento foi de 34% no mesmo período.

O estudo do Banco Mundial- relatórios Emprego e Crescimento – A Agenda da Produtividade e Competências e Empregos – Uma agenda para a juventude- diz que “o crescimento da produtividade é fundamental para gerar empregos melhores e aumentar o padrão de vida das pessoas, ao reduzir preços e elevar a qualidade dos produtos consumidos”, destacam os textos.

O Banco Mundial ressalta ainda que gerar empregos é importante para que Brasil mantenha as conquistas obtidas até 2010, uma vez que dois terços da redução da pobreza do Brasil de 2000 até 2010 deram-se pela geração de empregos.

O estudo destaca que, entre 1996 e 2015, enquanto a média anual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas pelo país) era de 2,6%, aproximadamente dois terços desse incremento corresponderam ao aumento da força de trabalho e da educação e um terço ao aumento do capital físico.

O estudo aponta gargalos na marcha para produtividade. Destaca, por exemplo, que o salário mínimo do Brasil é alto em relação aos padrões internacionais. O nível médio dos salários mínimos legais nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) permaneceu estável, entre 45% e 50% dos salários medianos. No Brasil, essa porcentagem é 70%. Atualmente, o salário mínimo é R$ 954 por mês, assinala.

O salário mínimo crescente, segundo o Banco Mundial, impacta em 3% na probabilidade de trabalho dos adolescentes e também afeta o nível de emprego formal. Apesar disso, o Banco Mundial reconhece que, em valores, os salários mínimos da OCDE superam o brasileiro. Em 2015, enquanto o Brasil tinha um salário mínimo de US$ 1,12 por hora, países como a Austrália atingiam um valor de US$ 9,54 por hora; Estados Unidos, US$ 6,26 e Japão, US$ 5,52.

O lançamento dos relatórios do Banco Mundial ocorreu em Brasília. Na oportunidade, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, destacou algumas das ações para equilibrar as contas públicas, incentivar o crescimento e melhorar a produtividade.

A reforma do ensino médio e a definição do teto de gastos, estabelecido pela Emenda Constitucional 95/2016, estão entre as medidas. “As mensagens trazidas pelos relatórios do Banco Mundial são extremamente relevantes para o debate.

Devemos manter o Brasil nessa trajetória de crescimento e do desenvolvimento. Como o próprio Banco Mundial ressaltou, o Brasil merece e podemos acreditar que os brasileiros, principalmente, merecem um crescimento mais sustentável e inclusivo, para que o País possa ter uma força de trabalho plenamente equipada com competência para o século 21”, afirmou Padilha.

A matéria de capa da edição 902 da Revista de Seguros, da CNseg, destaca o aumento da produtividade como fundamental para assegurar crescimento duradouro da economia brasileira e assinala o papel cabe ao seguro cumprir nessa retomada. Clique aqui para ler a reportagem.

http://cnseg.org.br/cnseg/publicacoes/revista-de-seguros/edicao-n-902.html

FONTE: CNseg