SulAmérica considera aumentos nos preços do seguro auto neste ano

Mesmo com aumento da frota segurada, valores refletiriam os impactos da queda significativa da taxa básica de juros e a possível continuidade de alta nos índices de roubo e furto do País em 2018.

A SulAmérica considera possíveis elevações nos preços do seguro automóvel neste ano. Com queda de 2,3 pontos percentuais (p.p.) na participação das receitas, segmento terá influência da queda da taxa básica de juros (Selic) e dos altos índices de roubo e furto.

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Apesar de os dados da seguradora já demonstrarem um fôlego para as apólices de automóveis – gravemente impactadas pela crise dos últimos anos –, o reflexo da queda de 7,5 pontos percentuais desde 2016 na Selic e a segurança pública ainda preocupam a companhia.

“O mercado está preocupado. Além do recuo abrupto da Selic, poucos estados estão arrefecendo seus índices de roubo e furto e a projeção é de continuidade desse cenário ao longo de 2018”, disse o vice-presidente de auto e massificados, Eduardo Dal Ri da SulAmérica em teleconferência com analistas.

Segundo o resultado da seguradora em 2017, divulgado ontem, as receitas operacionais advindas do produto auto somaram R$ 828 milhões no último trimestre do ano passado, aumento de 11,4% em relação a igual período de 2016 (R$ 744 milhões).

No consolidado do ano, porém, o setor ainda caiu 4,2% (de R$ 3,197 bilhões para R$ 3,063 bilhões na mesma relação) e teve uma queda de 2,3 p.p. na participação das receitas totais da companhia, de 19,1% para 16,8%.

De acordo com Dal Ri é exatamente a oscilação que os casos de roubo e furto podem ter que vão determinar a necessidade de um novo aumento de preços, que pode acontecer mesmo com a tendência de aumento na frota segurada.

“Por enquanto, falamos em acréscimo do preço em função da inflação, mas a [falta de] segurança pública nos preocupa sim e é considerado para eventuais aumentos futuros em 2018”, afirma o executivo.

Ele acrescenta, ainda, que para compensar a falta de um ambiente mais competitivo nesse cenário, o foco da companhia segue em tecnologia e inovação, para trazer novas ferramentas aos produtos.

“A referência é colocar cada vez mais ferramentas para gerenciar e controlar melhor os custos no segmento de automóveis”, complementa Dal Ri.

Ao mesmo tempo, porém, a expectativa da companhia é de que uma nova tendência, com maior venda de apólices, aconteça a partir da retomada da atividade econômica.

Apesar de o número de automóveis segurados ter caído 10,5% no ano passado em relação a 2016 (de 1.689 para 1.511), o quarto trimestre de 2017 mostrou o primeiro avanço em mais de dois anos, de 0,9% em relação a iguais três meses do ano anterior (1.498).

“Vamos ver, daqui para frente, um movimento que não enfrentávamos desde 2013, que é um aumento crescente da frota segurada. Talvez algo acima de 10% no mercado como um todo e a SulAmérica deve pegar uma boa fatia disso. Estamos mais do que preparados para enfrentar a concorrência”, avalia o vice-presidente.

Fonte Revista Cobertura I DCI