Em depoimento para o “C q c s in loco”, o presidente da Fenacor, Armando Vergilio, disse que a federação vem, há algum tempo, alertando a Susep sobre a fragilidade do cadastro de corretores de seguros.
Segundo ele, esse problema foi, inclusive, comprovado durante o recadastramento de corretores de seguros pessoas físicas, concluído em dezembro. De acordo com Armando Vergilio, foram detectados, por exemplo, corretores de vida registrados como corretores “todos os ramos”.
O presidente da Fenacor revelou também que a federação já encaminhou para a Susep algumas denúncias com provas documentais de pessoas que não tinham título de habilitação e não estavam aptas e que, ainda assim, obtiveram registro com documentos fraudados. “O Sistema da Susep é ineficiente e abre preocupação que pode prejudicar os consumidores”, advertiu.
Por essa razão, ele afirmou que a entidade vê “com extrema preocupação” a decisão da Susep de suspender o recadastramento das empresas corretoras de seguros, que deveria se iniciar nesta quinta-feira, dia 1º de março.
“Hoje, o cadastro da Susep não representa a realidade quanto ao número de empresas corretoras de seguros e principalmente sobre a legalidade de algumas dessas empresas que estão autorizadas a funcionar”, assinalou Vergilio.
Para ele, isso representa um “altíssimo risco para os consumidores” e pode trazer danos e prejudicar muitos segurados.
Diante desse cenário, Vergilio observou que o recadastramento deve ser visto como uma medida necessária e imprescindível, que não deveria ter sido interrompida como foi há sete ou oito anos, “de forma injustificada”.
Vergilio frisou que a Fenacor até entende a alegação apresentada pela Susep para justificar a suspensão do recadastramento de que o Sistema não suportaria a demanda. “Mas, isso já deveria ter sido pensado, porque esse é um problema que pode se transformar em um risco regulatório”, alertou.
Por fim, ele acentuou que a Fenacor espera que rapidamente a Susep aponte uma solução para que se possa fazer o recadastramento e depurar o cadastro. “Isso permitirá sabermos exatamente quais empresas corretoras estão aptas para operar e quais não podem. A Fenacor vai estar vigilante e vai cobrar uma posição da Susep”, concluiu Armando Vergilio.
FONTE: Fenacor e CQCS