Maioria das casas não tem seguro contra sismos: Deco defende criação de fundo

A Deco veio deixar um alerta: a maioria dos seguros das casas não cobre danos por sismo. A associação de defesa do consumidor recomenda aos contribuintes que consultem a apólice da casa para confirmar se têm cobertura para estes fenómenos. A solução, defende, pode estar na criação de um fundo sísmico.

“Não é fácil encontrar uma seguradora que aceite fazer um seguro com cobertura de fenómenos sísmicos a muitas casas em Portugal, sobretudo as mais antigas e localizadas em zonas de risco. A solução pode ser recuperar o fundo sísmico”, revela a Deco, em comunicado. https://www.deco.proteste.pt/dinheiro/comprar-vender-casa/noticias/maioria-dos-seguros-da-casa-nao-cobre-danos-por-sismo

Maioria das casas não tem seguro

A contratação de um seguro multirriscos-habitação com cobertura de fenómenos sísmicos, explica a Deco, garante o pagamento de danos na sequência de tremores de terra, erupções vulcânicas ou maremotos. “Mas, em caso de imóveis antigos ou localizados em zonas de risco elevado, como o Algarve ou os Açores, poderá ser difícil, talvez mesmo impossível, contratar esta cobertura”.

Segundo um estudo da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), apenas 16% das casas com seguro têm a cobertura que indemniza na eventualidade de terramoto.

A associação decidiu, assim, enviar um parecer à ASF, ao Governo e aos grupos parlamentares no qual defende a criação de um fundo sísmico perante “o risco real e eminente”. A Deco relembra que já o havia feito em 2010, altura em que esteve para ser aprovado o diploma que visava a criação de um “sistema das perdas decorrentes de fenómenos sísmicos que garantisse maior proteção a todos”.

Sobre o fundo sísmico, a Deco sugere que as “seguradoras seriam responsáveis pela regularização de sinistros e pelo pagamento das indemnizações, mas, em primeiro lugar, seriam utilizados os recursos financeiros do fundo e só em caso de este se esgotar é que as seguradoras seriam chamadas a intervir”. Ao Estado, por sua vez, caberia a reconstrução de equipamentos sociais e infraestruturas.

“Para que muitos consumidores possam ter acesso a uma cobertura essencial, há que ressuscitar o fundo sísmico. É chegada a altura de retomar o projeto que visava a criação de um sistema de cobertura das perdas decorrentes de fenómenos sísmicos, melhorando-o e eliminando algumas das suas fragilidades”, remata a associação.

Fonte: idealista.pt/News