Agência reguladora promete solução para falta de divisas

Presidente do Conselho de Administração da ARSEG, Aguinaldo Jaime, garantiu aos operadores do mercado, para breve, o fim de escassez de divisas.

O presidente do Conselho de Administração da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (Arseg) garantiu na quinta-feira, em Luanda, que o problema da falta de moeda estrangeira que afeta as empresas do sector vai ser resolvido brevemente.

Em declarações à imprensa, à margem de um encontro com responsáveis do sector, Aguinaldo Jaime disse que abordou a situação com o governador do Banco Nacional de Angola, que se manifestou muito sensível às questões apresentadas.

O governador do Banco Nacional de Angola mostrou-se pronto para ajudar a encontrar soluções que, pelo menos, minimizem a situação, ajudando a criar nos parceiros um sentimento de confiança, bem como vontade política do Estado e da Arseg em resolver o problema.

O resseguro é um mecanismo de dispersão de riscos: quando é muito elevado e não há capacidade interna para suportar a totalidade do risco, a seguradora nacional retém uma parte, cedendo a outra ao mercado internacional de risco.

Para que isto aconteça, disse Aguinaldo Jaime, o prémio de resseguro deve poder ser pago em moeda externa mas, neste momento, o mercado de seguros e o sistema financeiro do país não dispõem de moeda externa em quantidade suficiente, lamentou.

A Arseg está preocupada com a diminuição da moeda externa disponível para o sistema financeiro, disse Aguinaldo Jaime, referindo que com a diminuição das disponibilidades de divisas, o sector está a “sofrer no campo do cumprimento dos seus compromissos em matéria de resseguros. ”

Aguinaldo Jaime afirmou que a diminuição de moeda externa que o país enfrenta está a gerar atrasos acumulados no pagamento de prémios de resseguros, tendo acrescentado que, nesta situação, o país corre o risco de ficar sem a cobertura do resseguro, caso aconteça um sinistro de elevada proporção, o que é desastroso.

O país não tem capacidade interna para repor um bem sinistrado de elevada proporção, disse Aguinaldo Jaime, avançando o exemplo hipotético de uma plataforma petrolífera ser danificada por um incêndio: “como será? Uma vez que o nosso mercado interno não tem capacidade financeira para repor em este bem sinistrado. ”

O responsável considerou que o país não tem enfrentado grandes sinistralidades. “Felizmente, Angola tem sido poupada de grandes catástrofes.

Não temos tido grandes catástrofes à semelhança das que têm acontecido noutras partes do mundo.
Tivemos, apenas, alguns incêndios em algumas unidades económicas de relativa proporção, mas não é comparado com o que se tem passado a nível de outras partes do mundo”, acrescentou o gestor.

Durante o encontro, Aguinaldo Jaime apelou aos responsáveis das empresas seguradoras para manterem a confiança no futuro económico de Angola, prevendo que as dificuldades vão ser superadas e o país vai retomar, com maior ou menor dificuldade, a rota do crescimento.

“O país já viveu momentos mais difíceis, em que o preço do barril de petróleo era de dez dólares, havia guerra, a economia estava paralisada e, mesmo nestas condições, conseguiu sobreviver”, lembrou Aguinaldo Jaime. Referindo-se ao seguro agrícola, Aguinaldo Jaime explicou que o processo está em andamento, tendo referido, que, no próximo ano, o seguro agrícola se pode tornar uma realidade, apesar de ser indissociável do resseguro.

O trabalho para a identificação dos produtos, as fazendas-piloto que vão ter direito a cobertura, levantamento de dados meteorológicos – como pluviosidade, seca, tempestades, deslizamento de terras e pragas, entre outros -, já foi todo feito.

Aguinaldo Jaime lembrou que o seguro agrícola só será viável se houver uma parceria entre o sector de seguro e o Estado, devido aos grandes riscos que a atividade acarreta no seu exercício.
A agricultura enfrenta riscos que, se forem cobertos, elevam o valor do seguro, ao ponto de ninguém aceitar aderir, pelo que há necessidade de o Estado criar um fundo para apoiar as seguradoras.

Fonte: Jornal de Angola