Magalhães Correia: Seguradoras poderão ocupar papel central da banca

As seguradoras poderão vir a aproveitar a transformação tecnológica, por estarem mais desenvolvidas do que os bancos, defende o presidente da Fidelidade. Mas há um problema: não têm sido eficientes.

O presidente executivo da Fidelidade, companhia com 31% do mercado segurador nacional, acredita que os seguros poderão ganhar um protagonismo que, no presente, ainda pertence à banca.

“Diferentemente de outros sectores, as oportunidades que o sector segurador tem são enormes, poderão mesmo permitir que a indústria venha a ocupar o lugar central para os cidadãos que a banca ocupou no século passado”, afirmou Jorge Magalhães Correia na conferência “Portugal Seguros 2017”, que teve lugar no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Esta segunda-feira, 4 de dezembro, o líder da maior companhia seguradora deu um exemplo: “é possível que, em 2050, não precisemos de petróleo, nem de carros, nem de bombas de gasolina e muito menos de taxistas. Mas uma coisa teremos [sempre]: de tratar dos problemas de poupança e de saúde, com uma população mais envelhecida, e de desastres naturais, para os quais não estamos preparados e que serão muito mais frequentes”.

Mas nem tudo são rosas no sector: é preciso que as companhias se aproximem dos clientes numa altura em que há um risco de disrupção no sector. Jorge Magalhães Correia lembrou que as seguradoras perderam a “exclusividade do conhecimento do risco”. Há informação em servidores que estão fora das companhias com informação sobre os riscos dos clientes e capazes de medir o risco “tão bem ou melhor que os atuais modelos”. Até aqui não era assim.

Outro dos aspectos é a “mutualização quase espontânea dos riscos” com a tecnologia a possibilitar o imediatismo, o que dificulta a relação seguradora. Aliás, na sua intervenção, Magalhães Correia, afirmou que no campo tecnológico, as companhias seguradoras estão mais desenvolvidas que os bancos.

“Temos sido bastantes ineficientes”, admitiu ainda o líder da Fidelidade, seguradora do grupo Fosun, que acredita que o mercado ganha também com a verticalidade dos negócios – motivo pelo qual, em 2014, comprou a então Espírito Santo Saúde, hoje Luz Saúde.

Fonte: Jornal de Negócios – Portugal