Após furacões, preço de retrocessão de resseguro pode subir acima dos 20%

A forte temporada de furacões deste ano, sobretudo nos Estados Unidos e Caribe, deve engatilhar um aumento de mais de 20% no preço de retrocessões de resseguro, transferência de risco entre as próprias resseguradoras, ao redor do mundo, de acordo com estudo da corretora JLT Resseguros. É a primeira vez desde 2012 que esse movimento é observado no setor de resseguros, que vivia nos últimos anos um excesso de capacidade.

Efeito cascata: Já para os contratos sem sinistros, a expectativa, conforme o estudo, é de aumento de preço entre 5% e 7% nas retrocessões, impacto esse que também deve ser sentido nos programas de resseguro, ou seja, entre seguradoras e resseguradoras.

Apesar de o Brasil estar inserido neste contexto, o fato de não integrar o mapa de catástrofes naturais deve garantir ao País um reforço de capital por parte das resseguradoras que buscam equilibrar seus portfólios.

Protegido: Além disso, diferentemente do que aconteceu após os ataques terroristas de 11 de setembro, a temporada de furacões deste ano não deve ter impacto significativo no capital das resseguradoras mundiais, segundo o levantamento da JLT.

Isso porque, embora as perdas com as recentes catástrofes naturais tenham batido a casa dos US$ 100 bilhões, consumindo lucros e reservas das resseguradoras, o capital do setor estava em níveis recordes, perto dos US$ 330 bilhões.

A cifra indica capital excedente de cerca de US$ 60 bilhões, de acordo com o estudo, sendo que mais de US$ 20 bilhões são adicionais provenientes de prêmios de catástrofe.

Fonte: Revista Apólice I Broadcast, Estadão