Custo dos incêndios de 15 de outubro é dez vezes maior que o de Pedrógão

Presidente da Associação Portuguesa de Seguradores já tem as contas e não tem dúvidas: “Isto é sem dúvida o maior sinistro que tivemos em Portugal de sempre, no setor segurador”.

As seguradoras já fecharam o primeiro balanço sobre os custos do grande incêndio de 15 de outubro, e o valor dos prejuízos é quase dez vezes superior ao registrado no incêndio de Pedrógão Grande, em junho.

“Temos um primeiro apanhado desses incêndios, já temos cerca de dois mil sinistros, ou melhor, dois mil seguros que foram acionados, há dois mil processos que estão a ser tratados. E neste momento o valor de indenizações estará à volta dos 200 milhões de euros.

Estamos a falar de uma magnitude totalmente diferente daquilo que vimos em Pedrógão”, afirma José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, em entrevista ao programa Conversa Capital, que será publicada na edição de segunda-feira do Negócios.

“Na verdade, isto não é apenas um sinistro florestal, muito de Pedrógão era florestal, aqui tivemos fogo urbano, um impacto muito grande em termos industriais, em empresas. Eu diria que destes 200 milhões a maioria tem a ver com negócios, empresas, fábricas com perdas totais.

O impacto aqui é brutal”, salienta, acrescentando que “são os números apurados até à data a expectativa neste momento é que eles continuem a crescer alguma coisa, se bem que o grosso já estará apurado”.

“Isto é sem dúvida o maior sinistro que tivemos em Portugal de sempre, no setor segurador”, explicou, comparando com os custos para as seguradoras do fogo de Pedrógão, que teve custos estimados para as seguradoras de 22 milhões de euros.

A APS divulgou esta tarde um comunicado em que informa que” as seguradoras estão no terreno a recolher as informações necessárias para a gestão dos sinistros e pretendem regularizar os mesmos o mais rapidamente possível para que as pessoas e as empresas que, responsavelmente, seguraram os seus bens e patrimônio, possam retomar a normalidade possível nas suas vidas”.

As seguradoras decidiram ainda reforçar o Fundo Solidário, que já tinha sido criado a quando do incêndio de Pedrógão Grande. Este fundo, de caráter excepcional, pretende “apoiar solidariamente os familiares das pessoas falecidas e os feridos graves que resultaram destes incêndios, privilegiando as situações em que não existe cobertura de seguros”.

Fonte: Jornal de Negócios – Portugal