Perdas do furacão Harvey podem chegar ao Brasil por meio do IRB Brasil Re

O IRB Brasil Re divulgou comunicado ao mercado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no qual afirma que “no que se refere aos impactos do furacão Harvey não teve impacto em sua sinistralidade”.

A preocupação dos investidores em relação ao IRB se deve ao fato de que do total de R$ 1,5 bilhão de prêmios emitidos pelo ressegurador no trimestre, 30% (R$ 460 milhões) foram no exterior e 70% (R$ 1 bilhão) no Brasil. No mesmo período do ano passado, 23% dos prêmios estavam fora do país e 77% eram locais.

16h00min – O furacão Harvey parecia bonzinho quando tocou a terra, mas já é comparado aos piores de seus pares nesta década. E ainda vai trazer prejuízo para o Brasil, por meio do IRB Brasil Re, que por meio de sua subsidiária nos Estados Unidos assumiu uma pequena parte do contrato de catástrofes que será acionado para pagar um pedaço das perdas, contaram fontes que pediram anonimato.

Acredita-se que o IRB, listado em bolsa, faça um comunicado ao mercado ainda hoje para dimensionar a perda, que deve ser pequena, e tranqüilizar investidores que apostaram em seu recente IPO e se mostram preocupados.

As ações de seguradoras e resseguradoras nos EUA apresentam queda desde segunda-feira, quando as empresas especializadas em calcular perdas começaram a sinalizar os estragos provocados pelo Harvey, principalmente no sul do Texas.

As 24 maiores empresas do setor de seguros perderam cerca de US$ 12 bilhões de seu valor de mercado na segunda-feira. Segundo analistas, o Harvey, um dos primeiros furacões da temporada que acaba de se iniciar e se estende até outubro, pode ser um das 10 mais caros considerando-se os Estados Unidos.

De acordo com agências internacionais, o JPMorgan Chase estima a conta das seguradoras entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões. Porém, a cada dia a conta sobe. Se as explosões em refinarias se concretizarem, os custos serão realmente gigantes. David Havens, analista de seguros da Imperial Capital em Nova York, disse à Bloomberg News que a conta final poderia atingir até US$ 100 bilhões.

Por custar cara a cobertura de inundação, a penetração do seguro é baixa em seguros pessoais, como residência e carro. Parte do custo com enchentes em residências é arcado pelo programa do governo, conhecido como Programa Nacional de Seguro de Inundação. Segundo Charles Watson, da Enki, os danos a residências podem superar US$ 30 bilhões, sendo que apenas 10% desse valor conta com seguro.

Apesar da perda ser grande, danos catastróficos estão concentrados em seguradoras específicas, que atuam com a cobertura de inundação. Já quando o assunto vai para grandes riscos, as perdas podem ser bem maiores, uma vez que a penetração de seguro no mundo corporativo americano é bem maior. Além das perdas em patrimônios, há danos financeiros.

E vale lembrar que o Texas concentra a infraestrutura energética dos Estados Unidos. O Harvey forçou o fechamento temporário das plataformas de extração de petróleo e gás natural no golfo de México. Segundo as agências internacionais, cerca de 22% da capacidade de produção da região esteja suspensa.

Fonte: Sonho Seguro