Sobe e desce no ranking de lucro das seguradoras no 1o. Semestre de 2017

O mercado segurador registrou lucro líquido de R$ 6,45 bilhões no primeiro semestre de 2017, equivalente a 15% do prêmio ganho. O valor também significa uma queda de 9% em relação ao mesmo valor registrado em mesmo período do ano anterior.

O ganho representa uma rentabilidade (anualizada) sobre o patrimônio de 18%. Apesar de ser três pontos percentuais menor do que o registrado em junho de 2016, é uma rentabilidade atraente, tendo em vista apenas o balanço mundial da AIG divulgado hoje, com ROE de 6%. BB Seguros, AIG e Caixa apresentam ROE de 59%, 57% e 45%, respectivamente. Realmente pontos fora da curva.

O grupo Bradesco Seguros lidera o ranking de lucro líquido disparado, segundo dados divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), agrupados pela consultoria Siscorp e obtidos pelo blog Sonho Seguro.

O grupo registrou no primeiro semestre lucro líquido de R$ 2 bilhões, o que apresenta 32% do prêmio ganho e 24% sobre o PL. No mesmo período do ano passado o Bradesco exibia lucro de R$ 2,2 bilhões.

Em segundo lugar temos o grupo BB Mapfre, com R$ 1,3 bilhão no primeiro semestre deste ano, praticamente estável ao ano passado. Em terceiro aparece a Caixa Seguros, com R$ 785 milhões, que passou na frente do Itaú, provavelmente pelo ganho que vem tendo com a Youse, a plataforma digital para vendas de produtos do grupo. A rentabilidade sobre PL da Caixa chega a invejáveis 45%, muito por conta da atuação em seguro habitacional. No primeiro semestre de 2016, a Caixa lucrou R$ 664 milhões.

O maior banco privado do Brasil caiu para o quarto lugar, com lucro líquido de R$ 732 milhões no primeiro semestre deste ano e rentabilidade sobre PL de 14%. O ganho do Itaú neste semestre ficou muito aquém dos R$ 1,3 bilhão do primeiro semestre de 2016, principalmente porque o grupo deixou de atuar em diversos ramos para focar apenas em produtos massificados de pessoas, patrimoniais, prestamista, previdência e capitalização.

No balanço do segundo trimestre divulgado nesta semana, o Itaú informou que a redução foi devido principalmente à menor margem financeira gerencial no segmento de Saúde e pelo menor resultado de equivalência patrimonial da nossa participação no IRB.

Outra novidade é a Zurich ultrapassar a Porto Seguro. Enquanto o grupo suíço apresentou ganho de R$ 358 milhões, o grupo controlado pela família Garfinkel registrou lucro de R$ 323 milhões no mesmo período.

Em comunicado, a Porto Seguro divulgou que o resultado do segundo trimestre foi favorecido pelo benefício fiscal referente ao pagamento da primeira parte do JPC (juros sobre capital próprio) no valor de R$ 243 milhões. Desconsiderando esse efeito, o lucro do período seria 1% menor e o do primeiro semestre reduziria em 6%.

A SulAmérica, que divulga hoje seus resultados após o fechamento do mercado, aparece em sétimo lugar no ranking da Siscorp, com ganho de R$ 148 milhões e rentabilidade anualizada sobre o PL de 6%, o segundo menor percentual no clube das 10 maiores em lucro. A Icatu aparece em oitavo, com R$ 130 milhões em lucro.

As outras colocações também surpreendem. AIG, que era o maior prejuízo no ano passado, agora aparece em nono lugar em lucro, com R$ 102 milhões no semestre e 57% de rentabilidade sobre o PL. E em décimo aparece a Unimed, com ganho de R$ 77 milhões de janeiro a junho de 2017, com ROE de 17%.

Perdas – Grande mudança entre os maiores prejuízos neste primeiro semestre comparado a 2016, quando tínhamos Allianz (R$ 99,9 milhões), AIG (R$ 80,9 milhões), Generali (R$ 60,6 milhões), Royal (R$ 37,4 milhões) e AXA (R$ 27,1 milhões).

Agora a AIG passou para a nona maior em lucro líquido do setor. Já Allianz e Generali seguem no vermelho, porém com um volume muito menor. Genenali (R$ 53,2 milhões), Alllianz (R$ 45,5 milhões), AXA (R$ 32,5 milhões), Sompo (R$ 20,9 milhões) e XL (R$ 9,7 milhões). Vale lembrar que todas elas estão investindo em tecnologia, consumindo o lucro que poderia ser distribuído aos acionistas, mas que garante a sobrevivência em um mundo em transformação digital.

Fonte: Sonho Seguro