Saiba como enfrentar os trechos alagados

O Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi) traz alguns procedimentos que podem evitar ou ao menos minimizar os danos.

Pela janela do quarto você vê a chuva que cai desde a noite anterior. De vez em quando as gotas dão uma trégua, mas nada de cessar. Você precisa ir trabalhar, então a alternativa é se proteger com guarda-chuva e casaco e seguir as obrigações do dia. Você pega a chave do carro e sai em meio à chuva. Até que, no meio do caminho, um imprevisto surge: um trecho alagado! Você observa alguns carros se arriscando, outros dando a volta e outros esperando um milagre. Você com um carro de passeio, na chuva e atrasado. O que fazer?

Durante os meses de julho e agosto a chuva em Salvador é mais persistente e, com isso, vários pontos de alagamentos surgem pela cidade e toda a atenção para o motorista é pouca. Dirigir em dias chuvosos já exige um cuidado extra e, se um trecho alagado se forma no seu trajeto, a atenção deve ser redobrada.

O conserto de danos causados pela água é trabalhoso e pesa no bolso. Se seu carro for danificado em uma enchente, para recuperar o proprietário precisa desembolsar de R$ 500 a mais de R$ 10 mil, dependendo dos serviços que serão necessários. Lucas Brito, da oficina Centro Automotivo, afirma que pode haver três tipos de reparação após a enchente. “A primeira é quando o veículo não sofre muitas perdas. Neste quadro, pode haver a troca dos filtros e a higienização, que não passa de R$ 400. Se a água atingir o banco e envolver itens mecânicos, aí a média de gastos salta para R$ 1.500. Mas grave mesmo é quando o problema é de calço hidráulico. Um serviço deste escalão pode ultrapassar os R$ 12 mil”. Por isso, antes de atravessar um trecho alagado, verifique se a travessia vale a pena.

Problemas causados por enchentes estão cobertos pelas seguradoras desde o início dos anos 2000, quando todas elas passaram a incluir na cobertura básica os danos provocados por enchentes. Nestes casos, a maior preocupação que o motorista deve ter é a de não se expor intencionalmente ao risco, ao tentar atravessar uma área alagada.

As seguradoras realizam um laudo para entender as circunstâncias em que o carro estava no momento do sinistro e, se for indicado, pelos danos causados ao veículo, que houve exposição a um risco que poderia ter sido evitado, o segurado pode não receber a indenização.

Segurança

O médico Antônio Meira, presidente da Associação Brasileira de Medicina no Tráfego (Abramet), alerta que o principal conselho é fugir do alagamento. “Se seu caminho correr risco de alagamento, não use o carro”. Contudo, nem sempre há alternativas de transporte e existe a possibilidade de ser pego de surpresa por alguma chuva torrencial. Nestes casos, “se a água passar da metade do pneu é melhor esquecer a chance de atravessar”, ressalta Meira. O risco de entrar água nas câmaras de combustão do motor é grande.

Mas se você se sente seguro e decidido a fazer a travessia cuja altura não ultrapassa o centro da roda, o Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi) traz alguns procedimentos que podem evitar ou ao menos minimizar os danos (infográfico).

Alguns automóveis enfrentam alagamentos com mais facilidade que outros. Os utilitários esportivos estão menos expostos a estragos do que os populares.

Fonte A Tarde – Lhays Feliciano