Seguradoras portuguesas miram sustentabilidade

Eventos extremos reclamam indenizações crescentes das companhias de seguros de Portugal.

A Associação Portuguesa de Seguradores (APS), o Centre for the Climate Change Impacts Adaptacion & Modeling (CCIAM), da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), e o Ministério do Ambiente de Portugal assinaram, este mês, um protocolo de cooperação em relação à gestão do risco e vulnerabilidade a cheias em cenários de alterações climáticas em Portugal Continental. As seguradoras de Portugal seguem o movimento de esquadrinhar os riscos ambientais e de responder com ações mais efetivas no campo da sustentabilidade.

Mediante este protocolo, as partes planejam partilhar informações relativa ao projeto “Cartas de Inundações e de Risco em Cenários de Alterações Climáticas (CIRAC)”, que teve por objetivo avaliar o risco de inundação e a vulnerabilidade em Portugal Continental nas condições presentes e futuras, de acordo com cenários de alterações climáticas.

Este projeto foi desenvolvido pela APS e pelo Centre for the Climate Change Impacts Adaptacion & Modeling da FCUL. As duas entidades sempre assumiram que os resultados do CIRAC seriam partilhados entre seguradores, resseguradores, comunidade científica, entidades públicas e setores da sociedade civil.

Via acordo, será possível uma gestão partilhada dos riscos climáticos, que já causaram vários danos e avultados prejuízos. Inclusive em Portugal. Em janeiro de 2013, o temporal que assolou o território continental deu origem à participação às empresas de seguros em quase 50 mil sinistros com um custo superior a 100 milhões de euros.

Em 2014, um outro evento extremo originou mais de 5 mil sinistros, com um custo superior a 11,5 milhões de euros. Em 2015, as inundações ocorridas na baixa de Albufeira traduziram-se em 1800 sinistros informados e um custo superior a 15,5 milhões de euros. Nos últimos 10 anos, as inundações e as tempestades (que, muitas vezes, têm fenómenos de inundação associadas) envolveram o pagamento de indenizações a particulares e empresas de quase 330 milhões de euros.Parte superior do formulário

Fonte: CNSeg