Rede de burlões vende carros de seguradoras

Grupo usava testas de ferro para falsificar documentos que usava depois na compra de carros e outros bens.

A Polícia Judiciária desarticulou uma rede de burlões que é suspeita de ter praticado 476 crimes que lesaram instituições de crédito e seguradoras em centenas de milhares de euros. Treze pessoas foram detidas.

 

A investigação, iniciada em 2011 e que agora chegou ao fim, conta com 59 arguidos, 52 dos quais já foram alvo de acusação por parte do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

 

O esquema do grupo passava, inicialmente, por falsificar documentos – desde identificações a contratos forjados ou títulos de propriedade – recorrendo a testas de ferro.

 

Esses documentos eram depois utilizados em burlas, “através das quais se conseguiram apropriar de bens no valor global de centenas de milhar de euros”.

 

De acordo com a informação ontem divulgada pela Polícia Judiciária, uma das formas de lucrar consistia em, com recurso aos documentos falsificados, obter crédito junto de diversas entidades financeiras para adquirir bens.

 

“Uma vez na posse destes, vendiam-nos ilegitimamente a terceiros de boa-fé, obtendo os respetivos proventos económicos que daí advinham e nunca pagando o crédito contratado”.

 

O grupo simulava também avarias e acidentes automóveis, na sequência dos quais requisitava às seguradoras veículos de substituição – sempre de gama média/alta – e vendia-os com base nos documentos falsos.

 

“Em todos os casos, obtinham lucros integrais, uma vez que não tinham quaisquer custos associados”, sublinha a PJ, que já identificou mais de 200 lesados e testemunhas. PORMENORES  59 arguidos O processo tutelado pela 3ª secção do DIAP de Lisboa conta já com 59 arguidos, dos quais 52 foram acusados por falsificação de documentos e burla qualificada.

 

Não há data de julgamento. 45 inquéritos A investigação está baseada em 45 inquéritos diferentes, que envolvem dezenas de lesados – pessoas que compraram bens a elementos da rede sem saber que se tratava de uma burla.

 

Apreensões no decurso da investigação a PJ apreendeu, um pouco por todo o País, uma casa, treze carros de gama alta, dezenas de telemóveis, equipamento informático e uma arma de fogo.

Fonte: Correio da Manhã