Oportunidade para os corretores: programas mundiais

Esse é um nicho pouco conhecido e por isso pouco explorado

Estar atualizado e preparado para as mudanças é primordial para quem quer sobreviver a qualquer mercado de atuação, em especial o mercado de seguros.

Mais que isso, é preciso estar atento à globalização financeira das empresas brasileiras de todos os setores, que buscam incrementar seus ganhos internacionalizando operações. E programas mundiais de seguros apoiam essas operações das multinacionais, já que 65,3% planejam expandir suas operações nos países em que já atuam.

Então surge o nicho de atuação: como atuar em outros países? Como assegurar meu negócio em um país com regras, moeda e riscos diferentes? Para resguardar as operações internacionais o mercado tem recorrido à estrutura de Programas Mundiais de Seguros, um conjunto de apólices contratadas para cobrir a operação da empresa nos diversos países em que atua.

Segundo estudo da Fundação Dom Cabral, Ranking FDC das Multinacionais Brasileiras 2016, há mudanças nas multinacionais brasileiras que passam de exportador de commodities para fornecedor de serviços e produtos de maior valor agregado.

Além disso, o levantamento aponta ranking de expansão geográfica das empresas com EUA, Argentina, Chile, Colômbia e China; dos dez principais destinos que as empresas brasileiras escolhem para iniciar sua operação seis estão na América Latina, e já há uma diversificação para Ásia, América Central e Caribe, e África. “78% das cinquenta empresas entrevistadas pela Fundação Dom Cabral ampliaram sua atuação no mercado internacional”, comenta Vivian Rennó, Gerente de Programas Mundiais da AIG Brasil, durante o evento “Café com AIG”, realizado dia 26 de abril, em São Paulo.

Desafios do nicho: É nessa informação que os corretores de seguros devem se atentar, pois continuar esse movimento de globalização faz parte do plano das empresas. “Sentimos que tanto os corretores como clientes têm baixo conhecimento de estrutura de programas mundiais”, ressalta Vivian Rennó.

Entre os desafios estão a pouca publicidade sobre o assunto, cliente sem gestão centralizada de seguros, poucas empresas possuem a figura de um ‘risk manager’ para cuidar somente do risco da companhia, poucas seguradoras operam com a estrutura de programa mundial, mercado local muito focado em programas que chegam do exterior e dificuldade no acesso à informação sobre questões regulatórias globais.

“Quando começamos a entrar nesses assuntos, o relacionamento e o atendimento dado ao cliente são diferentes. No último ano, tivemos mais clientes que estão entrando mais cedo no processo de programa mundial”.

Segundo a gerente, o produto mais facilmente contratado e com mais demanda é o D&O. “De certa forma, porque ao considerar o indivíduo é algo mais sensível, e a contratação é mais rápida, fácil, porém podemos trabalhar em todas as linhas, sem restrições”.

Corretores em alerta: É importante que o corretor de seguros saiba como atuar internacionalmente, “porém um corretor que não tem presença global de forma alguma está impedido de oferecer essa estrutura para o cliente dele. É preciso enfatizar que não precisa ter presença no outro país”.

E para conhecer o risco local, atuar no país e atender a demanda, muitas vezes sem um risk manager, há ferramentas para dar todas as informações e subsídios para o corretor.

“Antes de até mesmo oferecer essa atuação em outro país, damos esses subsídios para esse profissional. Entendemos que o nosso papel é colocar essas ferramentas à disposição do mercado para que todos fiquem confortáveis para oferecer um programa mundial”.

Para auxiliar corretores e clientes nessa estruturação de programas mundiais, a seguradora AIG oferece ferramentas online como o Program Design Tool (em português), que apresenta fatores de risco de cada país, o portal myAIG, pelo qual é possível monitorar a emissão das apólices do programa e o pagamento dos respectivos prêmios, e o IntelliRisk, que consolida as informações relacionadas a sinistros, inclusive através de relatórios detalhados.

“É claro que esse otimismo com o mercado externo depende das oscilações globais, mas a intenção de ampliar investimentos no exterior precisa ser resguardada por um programa de seguros que proteja riscos inerentes a essa expansão”, finaliza Vivian.

Fonte: Revista Cobertura