Datafolha: só 10% tem planos de previdência privada

A Folha trouxe no último domingo pesquisa do Datalhafolha. Só 38% dos entrevistados na pesquisa do Datafolha dizem aplicar em poupança e outros investimentos, e só 10% têm planos de previdência privada – tipo de investimento de longo prazo que costuma ser usado para o momento da aposentadoria.

Os porcentuais se elevam com a escolaridade e o nível de renda do entrevistado. Possuem plano de previdência privada 22% dos que terminaram a faculdade, contra 5% dos que só concluíram o ensino fundamental. A taxa é de 27% entre os que ganham mais de 10 salários mínimos e de 4% abaixo dos 2 salários mínimos.

Em todos os casos, a minoria poupa. Apenas entre os profissionais liberais a previdência privada alcança mais da metade dos entrevistados.

A situação melhora para investimentos em geral. A maioria dos mais escolarizados e dos mais ricos faz poupança, e o índice chega a 72% dos profissionais liberais, 56% dos empresários e 53% dos estagiários e aprendizes.

Em parte, informa à Folha, o baixo índice de poupança pode estar relacionado às regras mais benevolentes do sistema previdenciário brasileiro, de acordo com estudos internacionais. Países em que o valor dos benefícios na aposentadoria é menor do que a renda do trabalhador da ativa apresentam índices maiores de poupança.

São exemplos Canadá, com taxa de reposição de 43%, Estados Unidos e Coreia do Sul, ambos com 45%, segundo a OCDE. A taxa de reposição no Brasil é de 74% para quem ganha o salário médio do país, diz a OCDE. Para quem recebe o mínimo, porém, o benefício equivale a 100% da renda.

Trabalho dos economistas Ricardo Brito e Paulo Minari, do Insper, sugere que a taxa é ainda maior no Brasil, por causa do FGTS. Somados, os recursos “são mais que suficientes para manutenção do consumo; inclusive com folga financeira para aumentar o padrão de vida, doar aos familiares mais jovens, antecipar a aposentadoria, ou mesmo assimilar um corte significativo dos benefícios”, escrevem.

Fonte: Sonho Seguro