Resseguradora pode ser parceira na inovação em seguro de vida

O mercado de seguros ainda engatinha para inovar em termos de seguro de vida. Se formos comparados com mercado americano ou europeu, que são mais desenvolvidos, eles estão anos-luz em nossa frente. Quando comparados ao mercado latino-americano, o Brasil consegue estar à frente.

Para avançar no uso de produtos considerados inovadores, o maior desafio é transcender as barreiras do ambiente regulatório.

“Temos condições de intensificar o uso de tecnologias na contratação de seguro”, afirmou João Carlos Botelho, da Safra Vida e Previdência, durante o painel de inovação do seguro de vida durante o 6º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro.

Sob o ponto de vista do consumidor, os produtos de seguro são confusos, as seguradoras não se preocupam com ele, ou ele não se sente recompensado por ser fiel à seguradora ou por representar um bom risco.

Por outro lado, a seguradora precisa que o segurado não se importe somente com o preço. O seguro é visto como uma commodity e as seguradoras não possuem controle sobre a relação com os consumidores.

As companhias sabem muito pouco sobre o comportamento do consumidor e não definem uma apólice adequada à realidade do cliente. Alessandra Monteiro, subscritora do IRB-Brasil Re, contou um pouco da experiência de um laboratório de inovação no Canadá, do qual a resseguradora participa.

Para identificar a barreira que impede o consumo de seguro foi realizada uma pesquisa com consumidores que revelou as seguintes barreiras para o consumo: Comunicação 25% – Preço 23% – Recompensas 21% – Melhores serviços 20% – Personalização de produtos 18%.

Para a executiva, as seguradoras não sabem mostrar ao cliente que elas se importam com sua vida, bem-estar, mudanças comportamentais e, por isso, elas têm dificuldades para reter os clientes. “O ressegurador é peça fundamental para trazer ao segurador conhecimento para desenvolver novos produtos”.

O grande desafio do mercado de seguros e resseguros é encontrar soluções mais eficientes de subscrição, personalizando produtos sem perder a qualidade e a margem técnica. É preciso fidelizar clientes e estabelecer relações de longo prazo, identificando padrões comportamentais do consumidor para desenvolver produtos mais adequados.

As resseguradoras podem ajudar as seguradoras a lidar com os riscos ruins e garantir o correto aproveitamento da expertise adquirida.

As soluções mais eficientes de subscrição seriam aquelas que permitissem ao segurador e ao ressegurador identificar o real risco do consumidor para precificá-lo da melhor forma. Como exemplo de inovação, Alessandra citou a subscrição através de reconhecimento facial. Com uma simples selfie do proponente é possível observar padrões relacionados à saúde, levando em consideração as características da face.

“Com a imagem o programa pode identificar informações relacionadas a idade, gênero, IMC e hábito de fumar”, explicou Alessandra.

Outra ferramenta interessante é a inteligência cognitiva, que otimiza o uso de informações disponíveis para melhorar a análise e subscrição do risco.

Os gadgets de monitoramento também são uma ferramenta interessante e já há seguradoras criando os seus próprios para monitorar o cliente e desenvolver soluções personalizadas, elaborando estudos comportamentais.

Como destaque, O Big Data reúne os 3 v ’s, volume, velocidade e variedade. Desta forma, é possível lidar com os dados e direcioná-los para a criação e melhoria dos produtos do mercado brasileiro e internacional.

Ele permite a organização dinâmica dos dados, sejam eles estruturados ou não. “Ele representa uma oportunidade para encontrar novos tipos de informação e insights para tornar o negócio mais ágil e responder questões que antes eram tidas como fora de alcance”, concluiu Alessandra.

Fonte: Revista Apólice