Representantes da Federação Nacional de Seguros Gerais participam de debate sobre roubo de carga na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Entre 2011 e 2016 o aumento do roubo de cargas em todo o país foi de 86% causando prejuízos da ordem de R$ 6,1 bilhões. São Paulo e Rio de Janeiro são os estados que mais concentram essas ocorrências e respondem por mais de 87% do total desses crimes. No ano passado, foram registradas 4.056 casos, sendo que desse total foram registrados, apenas no Rio de Janeiro, 2.637 roubos a caminhões.
A gravidade dessa situação foi tema de debate durante audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), nesta terça-feira (4) e que contou com a participação do diretor-executivo da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Julio Rosa, além dos analistas Glória Aranha, Danilo Sobreira e o consultor Neival Rodrigues Freitas.
Segundo Julio Rosa, a violência no Rio tem impacto negativo também sobre o setor de seguros, que reage de acordo com situação que vai se consolidando no estado. “A situação da segurança pública no Rio de Janeiro é bastante difícil por conta das ações do crime organizado. Numa acareação, ouvi o relato de um menino de 16 anos que confessou obter ganhos em torno de R$ 1.200,00 por carro puxado. Ao ser indagado sobre o que fazia com o dinheiro, disse que comprava tênis, roupas de grife e, fora isso, esperava a morte a qualquer momento. Esse é um dos retratos da violência no Rio”, afirmou o diretor-executivo da FenSeg.
O debate na Alerj foi promovido pelas comissões de Economia, Indústria e Comércio e Segurança Pública e Assuntos da Polícia, presididas pelos deputados Martha Rocha (PDT) e Waldeck Carneiro (PT), respectivamente. “Há uma forte concentração da mancha criminal na Pavuna, Pedreira, Fazenda Botafogo, mas que também alcança São Gonçalo e algumas partes da Baixada Fluminense”, afirmou Marta Rocha.
Segundo o Superintendente da Polícia Rodoviária Federal, Orlando Rodrigues, mais de 40% do roubo de carga no Brasil acontece no estado do Rio de Janeiro, que hoje tem um déficit de 350 agentes. Em novembro do ano passado, foi deflagrada a operação “Asfixia” que reuniu 66 policiais civis, 38 policiais militares, 30 policiais rodoviários e 112 homens da Força Nacional para combater as quadrilhas que atuavam ao redor das comunidades do Chapadão e da Pedreira, zona Norte do Rio. No entanto, quando os efeitos dessas ações começavam a surtir algum resultado, a operação foi cancelada.
Fonte: Fenseg