Dr. Inovação cria solução que promete um “choque no crime”

Projeto vencedor do maior prêmio de inovação da América Latina pode ser aplicado para combater roubos de cargas, que cresceu 220% no Rio.

Uma crescente modalidade de crime tem assustado as pessoas, desafiado a polícia e causado prejuízos bilionários: o roubo de cargas. Levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) apontou 22 mil casos em todo o Brasil, sendo 9.862 ataques ao longo de 2016 somente no Rio. Em seis anos, o aumento foi de 220,9%, com prejuízos que chegam a R$ 2,1 bilhões, sedo R$ 619 milhões no ano passado. De 2011 a 2016, foram registradas mais de 33 mil ocorrências nas delegacias do estado: uma a cada 1h35. Mas um engenheiro brasileiro já é reconhecido por desenvolver uma solução inovadora para o problema.

Conhecido como Doutor Inovação, Tarcísio Melo, de 43 anos, conquistou o primeiro lugar em um dos maiores eventos de inovação da América Latina – o Acelera Start Up, da Fiesp – com uma nova tecnologia que, aplicada à segurança patrimonial, promete dificultar e desestimular diversas modalidades de crimes, ajudando no combate às quadrilhas especializadas. É a tela energizada (ou tela de bloqueio), que protege baús de caminhões da ação de bandidos, sendo capaz de dar um choque elétrico em quem violar o compartimento.

O novo produto chega em breve ao mercado e já está sendo muito procurado por transportadoras, empresas de segurança de valores e indústrias, principalmente, a indústria de cigarros, uma das cargas mais visadas pelos assaltantes. A solução está sendo desenvolvida por uma empresa de São Paulo e, a partir do protótipo em fase de testes experimentais, deve começar a ser fabricada em escala comercial ainda no primeiro semestre do ano.

O recurso também despertou interesse de agentes do mercado de seguros, como gerenciadores de risco e as muitas das maiores seguradoras do país, e já começa a atrair a atenção dos segmentos bancário (para inibir assaltos a caixas eletrônicos, depósito de valores, cofres e carros-forte), de joalherias (que têm sido alvo de ações frequentes, principalmente no Rio de Janeiro) e, até mesmo, por governos, para inibir potenciais riscos de fuga ou rebeliões em presídios.

“A nova tecnologia é aplicável para um grande leque de opções, como para os contêineres, estações de telefonia e todos os habitáculos onde se desejar evitar o acesso de pessoas não autorizadas”, afirma Tarcísio. Segundo ele, o recurso arma automaticamente, criando uma espécie de “blindagem elétrica” acionada de forma distinta para em cada uma das aplicações.

“A tela energizada – ou blindagem elétrica – dispara um choque não-letal em quem tentar saquear o compartimento. Por meio de comandos remotos, a eletricidade pode ser ativada ou desativada”. A tecnologia possui toda uma “inteligência embarcada. É o primeiro equipamento de segurança com esse fim que reage à violência sofrida”, completa Tarcísio.

“Nossa vitória na premiação foi graças à diversidade de aplicações que a nossa solução de engenharia tem. E também por esses segmentos estarem todos extremamente carentes de soluções. O segmento de cargas foi apenas o primeiro mercado que visualizou isso porque tinham investidores dessa área no evento (Acelera Start Up). Os demais estão apenas começando a tomar conhecimento da solução”, destaca o Dr Inovação.

Fonte: Revista Cobertura