Dia de mobilização alerta para a distância mínima para passar ciclista

O respeitômetro marca a distância prevista pelo Código de Trânsito Brasileiro para passar pelo ciclista no trânsito.

Um metro e meio. Para mostrar, na prática, o que representa essa medida, Detran/RS, Mobicidade, Associação de Ciclistas de Porto Alegre (ACPA) e Laboratório de Políticas Publicas e Sociais (Lappus) realizaram uma ação nesta quinta-feira (09) em Porto Alegre utilizando um respeitômetro. Acoplada à bicicleta, a estrutura marca em sua lateral a distância prevista pelo Código de Trânsito Brasileiro para passar o ciclista no trânsito. Usuários de bicicleta e autoridades circularam pela Avenida Wenceslau Escobar, nesta manhã, surpreendendo os motoristas que trafegavam no local.

A ideia surgiu do Grupo de Trabalho que, desde junho de 2015, estuda políticas de incentivo ao uso da bicicleta e para a segurança de ciclistas em todo o Estado. O GT mapeou os principais problemas enfrentados no dia a dia e desenvolveu a campanha para informar o público sobre os principais conceitos da legislação relacionada às bicicletas no trânsito. “Concluímos que falta a muitos motoristas a consciência de que a bicicleta é um veículo e que seu espaço nas ruas junto com carros, ônibus e motos é garantido por lei”, explica Laís Silveira, coordenadora do GT.

Para Pablo Weiss, da Associação de Ciclistas de Porto Alegre (ACPA), nenhum acidente com ciclista ocorreria se fosse respeitada a distância mínima. “Se pudéssemos escolher um artigo do CTB que faria diferença na vida do ciclista seria o 201, que prevê 1,5m para passar pelo ciclista”.  José Antonio Martinez, da Mobicidade, lembrou que essa distância é adotado no mundo inteiro e muitas campanhas vem alertando os motoristas nesse sentido. Representando o Lappus, Beto Flach ressaltou que quem troca o carro pela bicicleta está promovendo um bem social, em benefício do planeta. “Precisamos dar melhores condições para que nossos netos possam optar pela bicicleta como meio de transporte”. Ildo Mário Szinvelski, diretor-geral do Detran/RS, declarou que o ciclista não pode mais ser visto como um intruso, e sim como mais um partícipe do trânsito: “vocês, ciclistas, estão fazendo história, uma história de construção de um trânsito mais humano”.

A Pesquisa Nacional sobre o Perfil do Ciclista Brasileiro, que ouviu 5012 pessoas em dez cidades brasileiras, identificou que 66,9% dos ciclistas porto-alegrenses havia adotado a bicicleta como meio de transporte nos últimos cinco anos (a pesquisa é de 2015). O percentual é maior que a média nacional de 61,8%.

Segundo a pesquisa, 62,9% dos ciclistas porto-alegrenses utiliza a bicicleta cinco ou mais dias por semana e somente 20% utiliza a bicicleta combinada com outros meios de transporte em seus deslocamentos. Para 37,1% dos entrevistados, a principal motivação para começar a pedalar foi a praticidade e rapidez, seguido de cuidados com a saúde (31,7%) e custo (20,1%).

Entre os principais problemas enfrentados pelos ciclistas, a falta de respeito dos condutores de veículos motorizados ocupa o topo do ranking, com 33,5% das citações. Também preocupam os ciclistas, a falta de segurança no trânsito (28,1%) e a falta de infraestrutura. Este último item foi apontado também como obstáculo para maior frequência de uso: 46,9% afirmaram que mais infraestrutura cicloviária os faria pedalar mais.

Fonte: DetranRS e Foto: Guilherme Formiga