CARTA DO RIO DE JANEIRO
Para onde caminha o Seguro na América Latina? A resposta para o tema central do XXVI CONGRESSO PANAMERICANO DE PRODUTORES DE SEGUROS DA COPAPROSE surge ao final do evento, após intensos e profícuos debates e troca de experiências entre profissionais de 20 países, dirigentes de órgãos supervisores e executivos de grandes companhias de seguros.
Os novos desafios tecnológicos e profissionais e a baixa penetração do seguro na América Latina exigem a reinvenção do mercado local.
Como os países latino americanos enfrentam problemas semelhantes, é recomendável seguir as boas práticas adotadas por nações vizinhas, inclusive na regulação do mercado de seguros, consolidando um marco regulatório muito próximo da padronização.
À necessidade de mudanças na regulação somam-se os inadiáveis e indispensáveis ajustes do mercado de seguros para enfrentar os novos riscos, principalmente os Cibernéticos, Climáticos, Catastróficos e Ambientais, que provocam prejuízos elevados e ameaçam a rentabilidade do setor.
Os intermediários devem estar preparados e qualificados para oferecer uma ampla rede de proteção securitária contra esses riscos.
Nesse contexto, é preciso haver também maior capacidade no Resseguro e mais sinergia entre brokers e corretores de seguros.
A instalação de um novo polo regional de resseguros contribuirá para o aumento da oferta de coberturas na região, principalmente para aprimorar a subscrição nos grandes riscos.
A Autorregulação, com a implantação de entidades que atuam como auxiliares dos órgãos supervisores, também é fator primordial para o amadurecimento do mercado e a difusão de boas práticas.
A Copaprose divulgará sua posição sobre os Princípios Básicos de Seguros promulgados pelo IAIS, especialmente os relacionados com a atividade de intermediários de seguros.
Entre 2009 e 2014, o faturamento do mercado de seguros latino americano cresceu 71%, muito acima do Produto Interno Bruto (PIB) da região, que avançou 45%, enquanto a média mundial de crescimento ficou em 18%.
Apesar das dificuldades econômicas enfrentadas por muitos países, o mercado de seguros apresenta grande potencial de crescimento. Para tanto, é preciso remover obstáculos visando a aumentar a penetração do seguro, principalmente entre os segmentos da população de menor poder aquisitivo, e difundir a educação financeira.
A proteção das camadas de menor renda pode ser assegurada também com a oferta de produtos de baixo custo, como os microsseguros, que demandam uma regulação específica.
Os intermediários têm papel relevante a cumprir como protagonistas desse processo, indicando aos clientes mediante o seu assessoramento profissional as melhores opções de cobertura para cada demanda.
Rio de Janeiro, Brasil, 22 de abril de 2016
Fonte: Revista Cobertura Mercado de Seguros