Riscos hídricos podem impactar em novos negócios

 

Secas no sudeste e chuvas no Sul são acontecimentos recorrentes no país, mas a perspectiva é que a situação se agrave. Há ainda catástrofes ambientais no mundo e agora no Brasil, além da falha de planejamento urbano, onde as grandes cidades são muito populosas, o que resultam na necessidade de procurar recursos hídricos de qualquer forma, o que tem como consequência a crise hídrica atual.

Esse cenário também traz à tona a crise energética, que em partes depende da água para geração de potência, o que agrava ainda mais os riscos do país. “O tema de segurança da água apareceu como assunto no relatório de 2011, em 2012 mudou para crise hídrica, que permanece até 2015 como risco de alta severidade e probabilidade. Esse é um desafio que há em todos os continentes, mas o Brasil ainda tem posição privilegiada, pois pode haver soluções locais a serem desenvolvidas em todos os ‘players’”, explicou o superintendente de engenharia de riscos da Zurich no Brasil, Carlos Cortéz, durante a Zurich Corporate Conference 2015, que aconteceu entre os dias 20 e 21, no Guarujá.

Para ele, os setores que sentem o maior impacto são a indústria e os hospitais. “85% dessas empresas têm maiores custos de operação devido a problemas da crise hídrica dos últimos anos, 27% já teve paralisação temporária das operações e outros 27% já viveram interrupção de transportação, principalmente na modalidade hidroviária”.

Porém, esse risco hídrico não é nomeado pelas seguradoras e é preciso cada vez mais fazer uma avaliação severa e correta dos riscos das empresas. “Temos que considerar os riscos da implantação de uma empresa em determinado local, como a proteção contra incêndio, o alto consumo de água da companhia”.

Córtez ressalta que a gestão de riscos já chama a atenção dos investidores. “Hoje eles já estão percebendo esse risco, se preocupam e perguntam para as empresas o que estão fazendo em relação à crise hídrica. A água é o novo petróleo do mundo”.

Fonte: Sonho Seguro