Empresas buscam proteção para funcionário


Cresce no Brasil a demanda por Seguro de Responsabilidade Civil Empregador (RC Empregador), contratado por empresas para cobrir danos corporais sofridos por seus empregados durante o serviço ou no trajeto de ida e volta do trabalho — desde que em veículo da empresa segurada. Um dos motivos é a quantidade elevada de sinistros. Segundo o Ministério da Previdência Social, o Brasil registra uma média de 700 mil acidentes de trabalho por ano.
A visibilidade que o RC Empregador ganhou se explica também pela quantidade de obras de infraestrutura que vêm sendo executadas, com elevado registro de sinistros, e percepção cada vez maior dos segurados sobre a sua exposição de risco. O aumento do número de seguradoras e corretoras que passaram a explorar as oportunidades de negócio nesse nicho considerado promissor contribuiu para tornar mais acessível a contratação do seguro.
Além disso, muitas empresas estão exigindo de seus fornecedores a apresentação de apólice de RC Empregador para execução de obras civis, instalação de máquinas e equipamentos em locais de terceiros, prestação de serviços e reparos, entre outros.
O RC Empregador consiste em uma cobertura adicional, que é contratada junto com outras modalidades de seguro que fazem parte do ramo Responsabilidade Civil. O seguro cobre morte e invalidez permanente do empregado, causadas por acidente súbito e inesperado. Entretanto, essa modalidade nada tem a ver com o Seguro Acidente de Trabalho (SAT), recolhido obrigatoriamente pelas empresas à Previdência Social para indenização de trabalhadores.
Dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) revela que a carteira do ramo Responsabilidade Civil no Brasil movimentou R$ 697,6 milhões em prêmios no ano passado, enquanto o desembolso referente à indenização de sinistros foi de aproximadamente R$ 300 milhões. Os valores incluem a modalidade RC Empregador. “Ficou mais barato a contratação de seguro RC Empregador, o que é bom porque gera mercado, há o ingresso de novos segurados e aumento no limite de contratações”, comenta Victor Garibaldi, diretor da corretora MDS.
Voltada para o segmento de riscos empresariais, a MDS elevou a cobertura de RC Empregador de forma significativa em sua carteira nos últimos três anos. Conta com 9 mil clientes corporativos e 700 mil segurados individuais. Considerando todos os produtos de seu portfólio de seguros, cresceu 18% no setor de Responsabilidade Civil no ano passado, com R$ 14,6 milhões em prêmios e 522 apólices.
Diferentemente de outras modalidades de seguro, o RC Empregador demanda um tempo maior de regulação que o período de vigência da apólice. Isso porque o seguro é acionado somente depois que o funcionário que sofreu o sinistro e move uma ação na Justiça. Se condenada a indenizar o trabalhador, a empresa aciona a apólice”, explica Sérgio Fasolari, diretor de marketing da corretora Merit Seguros, especializada em seguros contratuais. Segundo informa, a demanda por RC Empregador por parte de seus clientes do segmento de construção civil cresce por causa da exposição de risco. Segundo Fasolari, atualmente 30% da carteira de 1.800 segurados contrata esse tipo de apólice e a expectativa é aumentar essa taxa para 50% no prazo de um ano e meio.
Fonte: Valor Econômico