CNSeg ainda vê cenário favorável

Oferta de emprego e crédito e renda em alta são fatores que impulsionam um mercado que acredita na existência de espaços para continuar crescendo, com foco na classe C e em especial no segmento de vida
O mercado de seguros deve buscar a inovação como atalho para o crescimento, segundo avalia o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), Marco Antonio Rossi, para quem o setor “não pode perder nenhuma oportunidade” que se apresente. Ele entende que é importante aproveitar, por exemplo, os espaços oferecidos pela internet, as redes varejistas e inúmeros outros canais de vendas. “Além disso, é preciso estar atento aos consumidores mais jovens”, aconselhou o executivo, que também preside o grupo Bradesco Seguros.
Ao falar recentemente sobre ‘Perspectivas e oportunidades do mercado segurador frente aos novos consumidores’, no Clube Vida em Grupo do Rio do Janeiro (CVG-RJ), Rossi destacou ainda a importância do seguro para o desenvolvimento do Brasil. Na análise dele, não existe País rico “sem um mercado de seguros fortalecido”, pois é preciso proteger as riquezas e a sociedade. Nessa linha, ele apontou avanços conquistados nos últimos anos.
O mercado segurador, segundo ele, que em 2003 representava apenas 1% do Produto Interno Bruto (PIB), já tem fatia de 5,8%. O faturamento pulou de R$ 73 bilhões para R$ 253 bilhões em 2012 (últimos dados conhecidos), sendo que do total R$ 149,1 bilhões foram devolvidos à sociedade por meio de indenizações, resgates, benefícios e sorteios. Rossi disse acreditar que há muito mais espaço para avanços. “Afinal, o Brasil, que é o 3º maior PIB em agricultura, o 5º em indústria e o 7º em serviços, não pode continuar sendo apenas o 15º em seguros (no ranking mundial), como registramos atualmente”, observou o executivo.
Fatores favoráveis
Para ele, o mercado brasileiro conta com bons produtos, muitos dos quais copiados por outros países. Assinalou que é preciso, contudo, evoluir mais, com a oferta de produtos como o VGBL Saúde e o seguro popular para automóveis, ambos em fase de regulamentação, além do seguro de vida do tipo universal life.
Marco Antonio Rossi sustentou que o crescimento acelerado da atividade de seguros nos últimos anos, média anual de 18%, muito se deve ao aumento do poder de compra da sociedade, particularmente da chamada nova classe média, estimada hoje em cerca de 108 milhões de brasileiros (54% da população). Para esse quadro favorável, em especial para o segmento de seguros de pessoas, contribuíram a ampliação do crédito e o aumento da renda e da oferta de empregos formais.
“O potencial de seguros é gigantesco. Todo mundo sonha com a casa própria, um automóvel e seguros que protejam a si, a sua família e o seu patrimônio”, defendeu Marco Antonio Rossi, que inclui nesse cenário a classe C, lembrando que a renda nas periferias avançou mais que a média nacional. Segundo ele, é para esse público que as seguradoras devem voltar seus esforços de comunicação e vendas, pois é onde estão as “melhores oportunidades”. (Jornal do Commercio – RJ)