Instituições apostam em orientação sobre finanças pessoais

A ideia de organizar o orçamento e planejar uma poupança para prazos mais longos, principalmente para a aposentadoria, ainda é pouco difundida. Para tornar as pessoas conscientes dessa necessidade, ajudá-las a poupar e orientá-las sobre aplicação em planos de previdência privada, as seguradoras e instituições bancárias criaram programas de educação financeira, com cursos on-line, jogos e simuladores eletrônicos, além de outras iniciativas. “As pessoas estão acostumadas a fazer investimentos olhando o curto prazo. Elas só se programam para o futuro se entenderem a dinâmica desse planejamento”, diz Osvaldo Nascimento, presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). Por outro lado, Alfredo Lalia, diretor da HSBC Seguros, observa que os brasileiros não projetam a idade da aposentadoria, o que pode ser um ponto positivo porque há uma disposição de trabalhar por mais tempo. De acordo com ele, uma pesquisa (veja matéria nesta página) mostra que “80% dos brasileiros não têm ideia da idade com que eles vão se aposentar”. A Fenaprevi está montando um projeto de educação financeira, voltado para previdência privada aberta e seguros, que deverá estar disponível em seu site no primeiro semestre de 2014. Por meio de jogos eletrônicos, o internauta poderá fazer diversas simulações e chegar a conclusões mais adequadas para seu projeto de vida. “Nossa ideia é estimular as pessoas a se disciplinarem para formar um patrimônio de longo prazo”, diz Nascimento. Para Eduardo Freitas, vice-presidente de previdência e saúde da Mapfre Serviços Financeiros, em termos de renda, formação técnica e cultura, os brasileiros estão progredindo, mas a educação financeira está ficando para trás. Segundo ele, o brasileiro poupa só 10% do que ganha por ano, o equivalente a um terço da poupança de chineses e indianos, e o que predomina hoje é uma educação informal, ou seja, conselhos do banco, do corretor, do amigo. Ainda assim, em 20 anos, o número de participantes do sistema aumentou de menos de 1 milhão para 13 milhões de pessoas e os ativos sob gestão na previdência privada aberta cresceram de R$ 5 bilhões para R$ 350 bilhões. “O trabalho das empresas e bancos fez com que as pessoas começassem a perceber que tinham de fazer algo para o longo prazo”, explica. (Valor Econômico)