A evolução do gerenciamento de riscos no Brasil

Em sua grande maioria, as empresas multinacionais e as de grande porte já possuem consolidada a imagem de um risk manager, até por exigência de suas matrizes e acionistas. As de menores portes estão despertando para a cultura da proteção, mas ainda há um longo caminho a percorrer. De acordo com Felipe Smith, diretor executivo técnico corporate da Tokio Marine Seguradora, já é perceptível uma preocupação maior por parte das empresas, sobretudo grandes embarcadores, em relação às práticas de gestão de riscos no transporte de suas mercadorias. “O que é positivo, pois o dono do bem que será transportado exige de seu prestador um cuidado maior com seus produtos.” Já Alexandro Sanxes, diretor de Riscos Diversos da Berkley, conta que nos últimos anos ocorreu uma evolução muito grande, resultado da tendência de globalização do mercado. “A questão de risco passou a ser tratada com muita ênfase e virou uma exigência mantê-lo em controle para que as empresas possam realizar negócios globalmente. Tanto que há empresas especializadas em consultorias para gestão de riscos, além dos grandes grupos de empresas possuírem seus próprios risk manager”, especifica. Na visão de Guilherme Henrich, superintendente da JM Controle de Riscos, empresa do grupo JMalucelli, a preocupação ainda tem sido muito voltada ao cumprimento de regras. “Boa parte das empresas emergentes e de médio porte ainda não possui consolidado o conceito de gestão de riscos. Muitas se preocupam apenas em cumprir as normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e as normas do corpo de bombeiros local”. Como consequência, diz ele: “comumente, o seguro dessas empresas é conduzido por uma pessoa do setor financeiro, que não conhece os principais riscos da empresa, uma vez que sua função principal não está relacionada à gestão de riscos”, informa. Superintendente de Agronegócios da Allianz Seguros, Luiz Carlos Meleiro comenta que pelas multinacionais serem muito exigentes em relação à segurança, é mais fácil transmitir para elas conhecimento e recomendações em relação ao gerenciamento de risco. “Ao contrário de algumas empresas nacionais, de pequeno e médio porte que começam a adquirir essa cultura. Mas não dá para generalizar, tanto que existem pequenas empresas que têm um nível de conhecimento de segurança e aplicação de regras muito fortes”, avalia. (Karin Fuchs / Revista Cobertura)