Perdas anuais com desastres naturais só sobem

Mais de 20% da população brasileira, cerca de 43 milhões de pessoas, estarão sujeitos aos riscos de inundações em pouco mais de 15 anos. Serão mais 10 milhões de pessoas expostas ao rigor do clima, considerando que hoje são 33 milhões que vivem submetidas aos efeitos danosos dos temporais, segundo estudo da Swiss Re. O número estimado pela resseguradora multinacional suíça baseia-se em projeção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que aponta o País com 208 milhões de habitantes em 2030. Segundo o presidente da Swiss Re Brasil, Margo Black, é importante difundir no mercado doméstico a preocupação da comunidade mundial de seguros com os riscos de inundações. “O mundo está mudando e o Brasil está inserido neste contexto”, disse o executivo, em evento sobre o assunto organizado pela resseguradora em São Paulo, há uma semana. A Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) já se prontificou a atuar no sentido de alertar a sociedade brasileira sobre os consequências dos riscos de inundações. No encontro da Swiss Re, a superintendente de Relações Institucionais da entidade, Maria Elena Bidino, observou que as empresas do setor de seguros têm a “obrigação” de ajudar a reduzir os riscos dos indivíduos, sociedade e governos. “Como subscritores de riscos, podemos ajudar a mitigar perdas econômicas e de vidas”, ressaltou a executiva, observando que a CNSeg está pronta para atuar como indutora desse processo. Também presente ao evento, o superintendente geral da Central de Serviços e Proteção ao Seguro da CNSeg, Marcos Barros, advertiu que o problema deve ser visto como algo “muito sério”. Na visão dele, o mercado de seguros, que faturou algo em torno de R$ 300 bilhões no ano passado, está aparelhado para “ajudar a mudar processos e fazer parcerias para mitigação de riscos”. (Jornal do Commércio/RJ)