Brasil lidera o ranking mundial de blindagem de automóveis

O Brasil tem hoje uma frota estimada de 118 mil carros blindados e só no ano passado mais de 10 mil desses veículos passaram a circular pelas cidades. Entre 2003 – quando eram apenas 20 mil blindados – e 2012, o salto foi de 490%. Esses números colocam o Brasil no topo da lista dos países com maior frota de blindados no mundo, passando a Colômbia e se mantendo bem à frente de países como Rússia, México, África do Sul e Índia.

A violência urbana, o crescimento da economia e as novas tecnologias de blindagem têm feito deste um dos negócios que mais cresce no país. Entre 2010 e 2011, o aumento da frota foi de 10,5% e 2012 deve fechar com alta superior a 5%, mantendo a tendência de incremento neste ano.

Nesse cenário, as empresas investem em novas tecnologias, aperfeiçoamento e treinamento de mão de obra e melhoria do processo para ampliar uma carteira de clientes dispostos a pagar caro pela segurança deles e da família. Os preços de uma blindagem variam entre R$ 22 mil a R$ 70 mil. Esse mercado já movimenta por ano em torno de R$ 460 milhões. Os números são da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin) que reúne 34 empresas ligadas ao ramo, que respondem por cerca de 80% do mercado.

A blindagem de veículos, que antes se restringia a modelos maiores e de luxo, hoje é aplicada também a veículos de pequeno e médio porte. Pesquisa feita pela Abrablin dá conta que do total de usuários, 75% são executivos e empresários; 9% são artistas; 7%, juízes; 6%, políticos, enquanto as demais ocupações respondem por 3% do perfil do consumidor.

Para ampliar esse mercado, a DuPont lançou um produto capaz de ser aplicado em modelos menores, como Honda New Civic, por exemplo. O novo produto se enquadra no nível I da norma NBR 15000 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e atende aos padrões de segurança para materiais de blindagem. “Os componentes do sistema oferecem proteção contra tiros de armas calibre 38 e abaixo, atendendo assim a demanda dos consumidores por proteção contra os perigos dos grandes centros urbano”, informa a empresa.

A blindagem mais procurada no mercado, no entanto, continua sendo a de nível III-A, que suporta até tiros de submetralhadoras, pistolas 9 milímetros e revólveres 44 Magnum. “Esse nível de proteção é o mais adequado à atual realidade enfrentada nos grandes centros, pois garante proteção contra as maiores ameaças de armas curtas de fogo em mãos da criminalidade”, diz Christian Conde, presidente da Abrablin.

“O crescimento por esse tipo de serviço começou a ganhar força a partir do ano 2000. Hoje o mercado tem cerca de 150 empresas em todo o país”, acrescenta. O levantamento da Abrablin revela que esse processo automotivo segue em alta no país. Os dados mais recentes da associação demonstram que 4.275 veículos receberam esse tipo de proteção nos primeiros seis meses do ano passado, o equivalente a uma alta de 4,92% na comparação com o mesmo período de 2011. A pesquisa teve a participação de 34 blindadoras associadas à entidade, cinco a mais do que na pesquisa anterior.

Fonte: Valor Econômico